Chineses que muito treinam e pouco jogam
Nestas últimas cinco temporadas nos campeonatos semiprofissionais portugueses tornou-se habitual a presença de jogadores de nacionalidade chinesa nos vários plantéis do Campeonato de Portugal, normalmente colocados por investidores na procura de um eventual lançamento de um talento capaz de gerar massas no país e grandes encaixes financeiros ou em alternativa de fortalecer-se como jogador de forma a regressar à grande nação oriental pela porta grande, mormente a SuperLiga chinesa.
No entanto, a larga maioria destes futebolistas não parecem justificar desportivamente todo o esforço, treinando muito, desenvolvendo imensamente as suas capacidades relativamente ao cenário com que se deparavam no seu país, mas muitas vezes penalizando jogadores nacionais que perdem o acesso a lugares e até a oportunidades de jogar com regularidade perante companheiros muitas vezes com potencial bastante inferior. Passemos então a um caso ilustrativo desta situação, o lateral direito Dong Wang que cumpre a sua terceira temporada no terceiro escalão do futebol português.
Lateral Dong Wang pode ser tomado como exemplo, não sendo utilizado há quase dois meses
Tendo já representado Mafra B, Loures, Eléctrico, Oriental, Tourizense e a partir do início desta temporada a ARC Oleiros, no total em três anos, descontando a equipa B do Mafra sobre a qual não existe certeza quanto à quantidade de jogos oficiais que terá realizado, Dong competiu apenas por 24 ocasiões, menos do que grande parte dos futebolistas do CPP realizam numa só temporada e apresentando um nível sofrível, especialmente em termos defensivos, nos momentos em que foi utilizado e não compete há praticamente dois meses.
Nessa altura, Dong Wang disputou o último quarto de hora na derrota caseira ante a U. Leiria. Haveria até exemplos ainda mais claros de qualidade dúbia nos atletas oriundos da China em Portugal - valeu a pena a ’invasão chinesa’ no CPP?