terça-feira, 14 de maio de 2013



 


LEÃO PRECISA DE FERRAMENTA PARA ATACAR

Frente de ataque terá de ser a primeira posição a reforçar no Sporting

Enquanto em algumas esferas se defende, na minha opinião de forma errada, uma reformulação no plantel do Sporting, no meu entender existe dentro do grupo leonino matéria-prima suficiente para trabalhar e na próxima época conseguir pelo menos o obrigatório regresso às competições europeias ao mesmo tempo que se obtém uma posição bem mais condizente com o historial do clube na Liga Zon Sagres.

Para que tal suceda, um reforço assume-se nesta altura como imperioso para a equipa, tratando-se da mais imediata fonte de resultados, os golos, e a certeza de que a época terminará sem que o Sporting apresente uma única solução que apresente garantias para esse posto.

Na verdade poderá em grande parte culpabilizar-se o anterior presidente leonino, Godinho Lopes, e sua gestão danosa pelo facto de ter sido vendido provavelmente o único jogador que em boa verdade nunca poderia abandonar Alvalade no imediato pelo facto de ser a mais habilitada e única opção para o lugar de ponta-de-lança.

Desta forma, não contando já com Ricky van Wolfswinkel, que dentro de pouco mais de um mês seguirá rumo ao Norwich, uma das equipas que poderão surpreender na Premier League na próxima temporada, o Sporting encontra-se completamente órfão de um verdadeiro ponta-de-lança e para cúmulo ainda sofre de sucessivos ‘aconselhamentos de mercado’ que chegam mesmo a roçar o ridículo.

Pior do que isso, é mesmo apontado como certeza o interesse dos leões em jogadores medianos e sem quaisquer resultados ao serviço de clubes de primeiro nível, como sucede como Carlão, que falhou em toda a linha na sua passagem pelo Sporting de Braga, o que por si só revela que não poderá ser solução para o Sporting, pelo menos no que à sua equipa titular diz respeito. Se for mesmo o nome escolhido para a titularidade, parece evidente a admissão de que os bracarenses se encontram um nível acima…

Leões não poderão equacionar a contratação de suplentes do Sporting de Braga

Não creio que o Sporting admita qualquer complexo de inferioridade perante o Sp.Braga, pelo que continuo a levar em crer que não será Carlão o novo homem-golo (?) dos leões. Contudo, mais inexplicáveis têm sido as ideias e pseudo-projectos que sugerem ao Sporting jogadores que manteriam os verde-e-brancos na corrente situação ou até em vias de piorá-la.

Com o devido respeito pela carreira destes jogadores, duvido seriamente que algum dia, seja num futuro próximo ou distante, que jogadores como Rabiola ou João Silva possam vir a ser vistos como alternativas credíveis para o Sporting – seriam certamente bons reforços para um clube que procurasse lutar pelo meio da tabela da Liga Zon Sagres.

Parece-me que não será, em absoluto, esse o desejo do Sporting, que estará ciente de que Rabiola, desde que chegou (e uma vez mais) ao Sporting de Braga, não conquistou sequer um lugar na equipa principal, tendo sido remetido à equipa B, na qual pese o bom início de época que o coloca entre os melhores marcadores da Segunda Liga nem sequer se trata ainda de um titular indiscutível, tendo neste fim-de-semana iniciado a partida frente ao FC Porto B no banco de suplentes.

Afastados Carlão e Rabiola, facilmente se constata que João Silva também não indicia sucesso. Única vantagem, e que partilha com Rabiola, passa por se tratar de um jovem de nacionalidade portuguesa. Nacionalismos à parte, não me parece que o Sporting vá recuperar com patriotismos, mas sim com resultados, algo que este jogador, que num passado recente falhou em clubes como o Everton, a União de Leiria e o Vitória de Setúbal e agora evolui na Bulgária, não parece garantir.

De todos os nomes mencionados, apenas um nome parece encaixar nas necessidades leoninas, o franco-argelino Nabil Ghilas, um matador cujo estilo alguns comparam, e bem, salvaguardando as devidas diferenças de realidades, com Karim Benzema, sendo possuidor de características que poderiam resultar, principalmente associadas a um bom apoio a partir do meio-campo e alas, posições nas quais o Sporting possui bons jogadores de sobra.

Abordando uma perspectiva desportiva, considero que para uma época sem sobressaltos, o Sporting não precisa de um ponta-de-lança, mas sim de dois. Assim, sempre com as suas limitações financeiras a imperar, Ghilas consistiria numa contratação pouco avultada à qual os verde-e-brancos poderiam juntar um negócio de ocasião.

Um dos lugares poderia ser ocupado por um dos goleadores de futuro presentes no Sporting B

Mais do que criticar as várias sugestões sem interesse para o ataque sportinguista, não vejo no mercado um futebolista que corresponda a todas as exigências, especialmente porque dificilmente haverá muito dinheiro para comprar. Posto isto, porque não procurar capitalizar o prestígio angariado como clube histórico do futebol português e um dos gigantes internacionais da formação?

Não me parece, de todo, impossível, para o Sporting utilizar a sua fama como argumento junto de um grande clube internacional para tentar alcançar o empréstimo de um jogador com pouco espaço e como tal com disponibilidade para rodar num clube competitivo, preenchendo os leões estes requisitos. Basicamente, os leões utilizariam uma estratégia anteriormente conseguida pelo Feyenoord junto do Manchester City, recebendo John Guidetti, que se tornaria ‘apenas’ p melhor marcador da equipa.

Existem várias Ligas nas quais os leões poderiam tentar este tipo de negócio, desde Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e inclusivamente França e Holanda. Bastaria pouco mais do que vontade, até porque dentro da estrutura surgem mais três nomes de futuro entre os quais no meu entender um deles seria escolhido para assumir funções de segunda, ou mesmo terceira, opção para a frente de ataque, mais concretamente Betinho, Gael Etock e Diego Rubio.

Como desvantagem, cada um destes atletas apresentou durante a época sinais de inexperiência competitiva e a necessidade de antes de mais e de representar uma alternativa séria para a equipa principal, primeiramente terão de rodar durante uma época num clube estável na Liga Zon Sagres. No máximo, o mais habilitado neste momento entre os três jogadores poderia ser escolhido para integrar o plantel e ainda rodar o mais possível no Sporting B. Pelo que tenho visto, apostaria em Rubio…

Existem ainda outros dois nomes interessantes ligados aos quadros do clube, um deles incluído no plantel, Valentin Viola, que poderia progressivamente fixar-se no centro, detendo capacidades para tal, e ainda Wilson Eduardo, que apesar de inconstante na temporada que agora se finda, continua a parecer anos-luz acima do potencial de… ‘Carlões, Rabiolas e Silvas’.

Assim sendo, a minha aposta para o ataque do Sporting estará entre Ghilas, um empréstimo a partir de um clube com interesses em ver um activo rodar, Valentin Viola, Wilson Eduardo e Diego Rubio, Cinco possibilidades para três lugares, sendo que qualquer outra escolha que a Direcção leonina possa realizar poderá vir a ser um risco demasiadamente penalizador…

Texto: Rafael Batista Reis.
Imagem: D.R.
Nova Academia de Talentos
rafaelreis.rbr@gmail.com

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