MAIS FUTEBOL, MENOS PROTESTOS.
A cerca de um mês do final da época, espera-se que as desavenças com ela
terminem.
O ano de 2014, pelo menos na sua
primeira metade, acaba por constituir um ano positivo para o futebol português,
desde logo por ser ano de Mundial, por uma vez mais proporcionar uma boa
carreira internacional para os clubes portugueses, em especial o Benfica no seu
percurso na Liga Europa, ainda pelo facto de a Federação Portuguesa de Futebol
se encontrar em ano de centenário, assim como pela honra de nesta época Lisboa
receber as finais da Liga dos Campeões masculina e feminina.
No entanto, nem tudo é ‘azul e cor-de-rosa’ no futebol nacional ainda que o
presidente da FPF, Fernando Gomes,
destaque que “trabalhamos em conjunto num momento histórico do nosso futebol” acrescentando
ainda que “para a FPF e para mim enquanto presidente estar presente na cerimónia
de entrega dos troféus da Liga dos Campeões é uma honra.”
Fora este excelente momento da FPF, outros problemas se abateram nos
últimos meses, em especial a ‘cruzada’ motivada pelo Sporting contra várias
frentes, sendo que boa parte delas se encontraram na sua alçada, devendo
ressalvar-se que “significa que o Sporting entrará em conflito com alguém, arbitral
também, e isso está no âmbito da Federação,” como analisou o
especialista em Direito Desportivo João Diogo.
Mesmo quem no início da época optava por não criticar se juntou às vozes de
protesto.
“Se
o Sporting avançar para a queixa às instâncias do futebol internacional
certamente cairá no ridículo”, considerou mesmo o comentador Bruno Prata numa opinião que se explica
pelo exagero em que os leões a dada altura caíram para tornar ainda mais viva a
sua voz.
Este estilo exacerbado foi mesmo alvo de crítica por parte dos adversários,
tendo mesmo sido afirmado que “no início da época Leonardo Jardim dizia que
não comentava arbitragens, no início da época contra o Rio Ave dizia ‘jogámos
pouco’,” uma memória do vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, levada a lume antes
da acusação de que posteriormente os leões passaram a centrar as suas atenções
em questões extrafutebol.
“Provavelmente
a solução estaria em castigar os dirigentes que proferem este tipo de
declarações com castigos mais céleres, mas está tudo generalizado,” considerou
e de forma bastante acertada o experiente técnico Manuel José, deixando a resposta para o fim de um País desportivo
no qual se protesta demasiado e muitas vezes se joga menos do que seria
exigível.
Vários foram os dirigentes a proferir
declarações em tom acusatório.
Para que se tenha uma ideia de quão corrente passou a ser criticar a arbitragem
e outras questões que extrapolam o futebol jogado, até mesmo o presidente do
clube que haveria de se sagrar campeão nacional, o Benfica, Luís Filipe Vieira, se chegou a queixar
que “à
7ª jornada já temos quatro penalties e dois golos em fora-de-jogo.”
No entanto, não foram apenas Bruno de Carvalho e seus pares, tal como Vieira, a
levantar acusações demasiadamente marcadas sobre a arbitragens e o futebol
jogado fora das quatro linhas, ou não tivesse há algumas semanas o comentador Rui Santos alertado para que “a grande
questão era saber se a CD da FPF ia analisar as declarações de António Salvador
sobre a arbitragem, algo que foi feito e na minha opinião muito bem.”
Resumindo, o excesso de pressão a partir de críticas continua a ter um peso
demasiadamente grande em Portugal e a ocupar demasiadas manchetes na imprensa
desportiva. Será de desejar que na próxima época o panorama seja bem diferente.
Texto: Rafael Batista Reis
Imagem: D.R.
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