quinta-feira, 15 de outubro de 2015


Viterbo sem ressentimentos

Em entrevista exclusiva, José Viterbo não mostra ressentimentos com a Académica, que deseja mantê-lo nos quadros; reconhece, no entanto, nunca ter falado com Filipe Gouveia
Como se encontra a sua situação neste momento? Continua ligado à Académica ou está desvinculado de qualquer compromisso?
Neste momento encontro-me a descansar, apesar de ter havido uma abordagem para continuar ligado ao clube.

Esperava o complicado início de temporada que conduziu à sua demissão?
No futebol e depois de termos tido as dificuldades que são publicamente conhecidas na época passada, temos de estar sempre preparados para estes momentos, embora reconheça que as coisas poderiam ter acontecido de forma diferente.

O que considera que falhou? O erro terá estado na formação do plantel? Falta qualidade ao actual plantel da Académica?
Não existe nenhum plantel no mundo que não tenha lacunas, mas o resultado do jogo com o Setúbal do ponto de vista psicológico prejudicou a carreira da equipa e recebendo no jogo seguinte o Sporting as coisas tornaram-se ainda mais difíceis, apesar de na Madeira termos reagido muito bem.

Apesar das lágrimas de José Eduardo Simões, algumas opiniões defendem que deveria ter recebido um maior apoio da parte do Presidente e que este deveria tê-lo segurado. Qual é o seu entendimento sobre todo este processo? Acha que lhe faltou apoio da Direcção?
Tive todo o apoio da Direcção e apesar do constrangimento financeiro respondi da mesma moeda. Sempre solidário. Contudo, fosse qual fosse o desfecho do jogo com o Boavista, viria embora.

Após a sua saída, a Académica conseguiu estrear-se a vencer perante o Marítimo. Depois desse encontro, teve a oportunidade de falar com Filipe Gouveia? Ele agradeceu-lhe de alguma forma, manifestou o seu apoio ou dedicou-lhe o triunfo?
Nunca falei com o actual treinador da Académica.

A forma como entrou como técnico principal causou o espanto de todos e junto da crítica criou-se o que passou a ser-se chamado de Efeito Viterbo. A que atribui esse ‘efeito’ que conduziu a Briosa a uma permanência até tranquila?
Foi uma onda muito positiva que cresceu com os resultados da equipa. Foi fantástico!

Antes disso encontrava-se no Distrital da AF Coimbra a orientar a equipa sub-23. Que importância atribui a esse conjunto? Considera que a presença de alguns desses jogadores no plantel principal poderia trazer alguma mística que remonte ao passado academista e estudantil do clube?
Não foi possível ficar com qualquer jogador dos sub-23 no actual plantel, mas promovemos vários jogadores juniores.

Para além desta equipa sub-23 existe no Campeonato Nacional de Seniores uma ‘outra’ Académica, formada com estudantes como se verificava no passado no clube. Seria importante para o clube associar-se a esta formação? Poderia reaproximar o clube dos adeptos mais tradicionais?
Naturalmente que sim. Penso num futuro próximo esse passo ser possível. Haveria na minha modesta opinião grandes vantagens de ambas as partes.

Muito poucos ou talvez mesmo nenhum jogador do actual plantel da Académica corresponde ao passado no clube, que se compunha com um plantel composto exclusivamente por estudantes da Universidade de Coimbra. Acha que de alguma forma a tradição no clube se perdeu?
Desta actual equipa, se não estou enganado, apenas o Nuno Piloto representa essa tradição, mas os tempos também são hoje muito diferentes dos anos 60/70 e 80.

Seria sustentável regressar a uma Académica quase exclusivamente nacional e formada por estudantes, tornando a Briosa uma espécie de Athletic de Bilbao português? Ou pelo contrário isso isolaria em demasia o clube?
Não penso que isolasse, mas essa fase mais romântica é difícil de acontecer!

Que planos possui para o futuro? Tem tido propostas para voltar a treinar?
Neste momento tive uma proposta do CNS para voltar ao activo, mas vou aguardar mais uns dias, para definir o meu futuro, sem qualquer tipo de precipitação.
Admite voltar a treinar nas Distritais, onde tinha estado nos últimos anos e até conquistou uma Taça da AF Coimbra?
Jamais na vida disse nunca a nada! Muito menos agora.

No início da temporada foi comentada uma ‘promessa’ da sua parte em que cortaria o bigode caso a Académica fosse despromovida à Segunda Liga. Essa promessa existe?
Pessoalmente não fiz essa promessa. Não passou de um desafio lançado nas redes sociais.

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