quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Qué te pasa, Argentina?
Um olhar mais atento ao futebol de formação internacional deixa bem à vista um evidente enfraquecimento por parte de um dos gigantes da modalidade sob todos os escalões como a Argentina que depois de um passado não muito distante a conquistar títulos mundiais nos escalões jovens é agora tão só um espectro daquilo que já foi.
2015 foi, na realidade, um ‘annus horribilis’ para o futebol jovem argentino, a começar pelo primeiro grande certame com a Argentina a desiludir no Mundial sub-20, concluindo o seu grupo sem conseguir vencer um único encontro, não tendo passado de dois empates e com isso terminado na terceira posição atrás do líder Gana e da surpresa Áustria sem que os dois pontos conquistados tivessem valido o apuramento para os oitavos-de-final como um dos melhores terceiros.
Depois de um negativo Mundial sub-20, os sub-17 conseguiram realizar um Mundial ainda pior
Poucos meses depois, o panorama não foi melhor no Mundial sub-17, antes pelo contrário. Neste particular, os juvenis argentinos até tinham em seu favor o benefício de jogar num local do seu território, uma vez que a prova que se concluiu no último Domingo com nova vitória da Nigéria, mas no fim de contas estiveram bem longe de o aproveitar pois terminaram os três encontros do seu grupo com… três derrotas.
É certo que neste particular a equipa argentina teve algum azar no grupo em que foi inserida, pois teve de bater-se com a Alemanha, que acabou depois afastada pela talentosa Croácia, e especialmente pelo México, que chegou até às meias-finais onde apenas foi afastado pela bicampeã mundial Nigéria. Até mesmo o restante componente do grupo, a Austrália, deixou mostras de grande qualidade ao ter conseguido empatar com os mexicanos e ainda vencer… a Argentina.
Mais gravoso ainda para além da ausência de vitórias destes dois escalões jovens argentinos é mesmo o facto de nenhum talento se ter apresentado ao público internacional - entre os jovens que representaram as ‘pampas’ nos dois Mundiais, nenhum deles se salientou, algo de praticamente inédito neste poderoso país sul-americano que nas últimas décadas tem revelado vários dos craques do futebol mundial.
Quando muito, apenas o sub-20 Facundo Monteseirín (na imagem) foi capaz de liderar a equipa no centro da defesa, o que permitiu a obtenção dos dois empates e pelo menos garantir que a turma argentina não era tão frágil em situação defensiva quanto o demonstrou na hora de obter golos determinantes para que pudesse ter chegado mais longe na competição. O resto, um marasmo de ideias. Um estranho caso que deve ser analisado pela AFA, a Federação argentina…
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