MiniFootball, o caminho depois do Futebol
Decorreram este fim-de-semana em Quiaios as Finais Nacionais da Elite SuperLiga em MiniFootball nas variantes de Futebol de Cinco e de Sete em MiniFootball, uma competição composta por 24 equipas provenientes de diferenciados pontos do país. Uma concentração de mais uma centena de jogadores numa competição amadora, mas profissionalizada ao nível do treino e da competição e composta por várias caras conhecidas, detentoras de interessantes carreiras no mundo do futebol.
Uma modalidade que tem vindo a crescer nos últimos anos e que terá um percurso paralelo ao das variantes futebolísticas já existentes, como explica o Vice-Presidente da Associação Portuguesa de MiniFootball e Director das SuperLigas da modalidade, Gonçalo Oliveira, que classifica o MiniFootball como uma classe “bem organizada e composta por equipas que encaram a competição com cada vez maior responsabilidade e a forma como aqui se apresentam apenas engrandece o evento. Em parceria com a Quiaios Hotel tivemos acesso a um Complexo Desportivo e uma unidade hoteleira.”
“As equipas mais recentes estão a procurar acompanhar as mais experientes e estão a inscrever-se cada vez mais equipas novas,” congratula-se o responsável pelo projecto, suportado ainda pelo mais mediático por ter tido uma carreira enquanto futebolista profissional, João Antunes, conhecido no meio futebolístico como Bailão.
Formado no Vitória de Setúbal e que até este Inverno representava o Casa Pia no Campeonato de Portugal, é também parte determinante para a concretização do projecto assumindo os cargos de Vice-Presidente da Associação e responsável pelas áreas de Marketing e Comunicação, João Antunes não duvida de que “os antigos futebolistas trazem qualidade ao torneio, quem foi futebolista automaticamente não será um mau jogador de MiniFootball, as outras equipas verão neles referências e irão preparar-se melhor e sentir mais facilidade em apresentar-se em competição.”
“No fundo, esses jogadores acabam por criar-nos uma boa imagem no sentido em que nos garantem também outro tipo de credibilidade,” conclui o dirigente e futebolista federado tal como vários praticantes da modalidade como Ricardo Sousa (ex-FC Porto e Beira-Mar, que não participou nesta edição, ao contrário da anterior), Toni (lateral que representou o Benfica - um jogo oficial - Farense e Beira-Mar, entre outros), Pedro Ribeiro (lateral/médio internacional sub-21 que representou Beira-Mar e Rio Ave) e Rui Pedro (representou o Sporting).
Estes dois últimos representam agora os Inválidos, representantes distritais de Aveiro e presentes na Final Nacional, Pedro Ribeiro como jogador e Rui Pedro enquanto responsável técnico. Ambos cumpriram a transição futebol profissional - MiniFootball e recomendam plenamente esta escolha aos restantes antigos profissionais e federados, começando o primeiro, recentemente retirado do panorama profissional, por indicar que “a minha retirada deu-se num passado recente e como federado já não irei voltar certamente, a vida prosseguiu e agora fazem-se outras coisas.”
Evolução da modalidade denota-se pelo profissionalismo de várias equipas, com a Florgrade como exemplo
Evolução da modalidade denota-se pelo profissionalismo de várias equipas, com a Florgrade como exemplo
“É bom sentirmos novamente o cheiro da relva, coisas que nós vivíamos...o balneário, a competitividade e já sentíamos falta dessa adrenalina. Podermos competir novamente nestes moldes faz-nos sentir bem,” completou, acompanhado por Rui Pedro, há mais tempo retirado, que classifica esta transição como “fácil.“
“Toda a gente olha para o passado no futebol e o MiniFootball permite reviver isso mesmo, principalmente quando é praticado em campos com boas condições e colegas que sabem jogar e é fácil perceber que estão criadas as condições para se viver um pouco aquilo que passámos, alguns num passado um pouco mais recente, outros um pouco mais distante, mas dá-nos a possibilidade de termos ritmo e revivermos os dias do passado,” oferecendo conhecimento de jogo a uma competição composta ainda por futebolistas em idade de competição mas amadores.
Por entre o bom futebol praticado, pode encontrar-se um pouco de tudo: para além dos Inválidos, que agrega vários veteranos e antigos atletas a partir dos 30 anos, pode encontrar-se uma equipa do Barreiro com raízes… búlgaras, o Barreiro Stara Zagora (a grande sensação da prova ao atingir a final), um conjunto de Futebol de Cinco composto exclusivamente por jogadores não-portugueses (PFC)…
Passando desde equipas com resultados menos positivos, muitas histórias de muito boa disposição e um goleador que apontou 65 golos em apenas duas Fases (o luso-caboverdiano Armando Gomes) como o AMBCV, proveniente do Bairro da Cruz Vermelha, até às mais ambiciosas e profissionalizadas como é o caso da Florgrade, única equipa a ter representado Portugal na Champions League da modalidade e que tem em José Carlos Ferreira e Ricardo Sá Dias os seus principais representantes, o percurso do MiniFootball é cada vez mais sustentado.
Ambos internacionais por Portugal em MiniFootball, José Carlos, que faz parte da Selecção que disputou o Europeu em Maribor, e Sá Dias procuram impulsionar a modalidade em termos técnicos e desportivos, com o primeiro a assegurar que “trabalhamos para conquistar troféus, realizamos jogos particulares com equipas de outras Ligas, muito competitivas, e treinamos sempre. Somos um exemplo”. Já o segundo salienta que “a equipa tem feito vários treinos bidiários por semana, o que requer boa vontade a quem trabalha connosco de assumir o compromisso de ajudar a equipa.“
“Já entraram muitos mas saíram muitos também,” esclarece Ricardo Sá Dias, “e é esta a diferença que nos distingue, o grau de compromisso existente, ninguém é obrigado a estar cá mas ao mesmo tempo damos todas as condições para que todos dêem tudo e sejam responsáveis,”um brio profissional partilhado por José Carlos.
Como exemplo de estratégia de desenvolvimento, o jogador que representa a Florgrade informa ainda que “para conseguirmos patrocínios tivemos de criar a nossa página nas redes sociais, o nosso Facebook teria de estar muito forte para que as pessoas pudessem visitar a nossa página,” um pequeno passo de profissionalismo numa modalidade cuja expansão a começa a tornar motivo de grande interesse.
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