sábado, 20 de julho de 2013





COMO DISPENSAR BEM E COLOCAR PIOR

Benfica parece ter acertado em cheio nos activos que optou por dispensar

Para já só se poderá gostar da preparação do Benfica para a nova época, visto que o plantel se encontra praticamente fechado e com dispensas progressivas. Em relação às que têm decorrido nas últimas semanas, não parece surgir nada de novo, com Carlos Martins, Sidnei e Franco Jara a não continuarem com a equipa.

Será agora de esperar que o primeiro ainda renda algum dinheiro ao clube, e os dois restantes sejam emprestados com critério, preferencialmente a clubes de Liga, pois ainda são jovens e podem vir a atingir um nível superior ao actual... uma esperança que persiste principalmente com Sidnei, que esperará agora ser emprestado a uma equipa da Liga Portuguesa na qual poderá evoluir e futuramente integrar o plantel principal do Benfica.

Pessoalmente que o Benfica só teria a ganhar ao não desistir de Sidnei e Jara. Não se deve esquecer que são activos do clube, pelo que a sua melhor solução passaria por Portugal, onde haverá certamente equipas a competir na Liga ZON Sagres a pretender este tipo de jogadores, o que seria atractivo para o próprio Benfica, que ao ser obrigado a pagar os seus salários reservará a preferência por ver os seus atletas jogarem onde possam ser valorizados.

Os responsáveis do Benfica deverão escolher clubes nos quais possam ver a evolução dos seus jogadores a todo o instante e acima de tudo controlar a evolução, o que não sucedeu, por exemplo, com Jara há duas épocas ao serviço do Granada, clube no qual esteve mais vezes no banco do que como titular, e ao invés, em qualquer clube português, com excepção do próprio Benfica e do FC Porto seria um elemento titular.

Talvez até no Sporting Jara seria titular ‘de caras’, pelo que o cenário no qual mais teria probabilidades de evoluir seria mesmo na nossa Liga. No entanto, o Benfica volta a colocar o atacante na Argentina, um panorama bem distante daquele que encontraria caso continuasse nos encarnados…

Por outro lado, os encarnados pecam na hora de colocar os seus activos

Sejamos francos: fora o FC Porto, Jara seria titular em qualquer outro clube português, pelo que o que se encontra como ideal seria mesmo o seu empréstimo a um clube a alinhar nas provas europeias, surgindo assim o Estoril como um clube muito bem colocado para ceder jogadores.

Penso mesmo que seria um reforço capaz de ter um excelente aproveitamento, visto que poderia ocupar a vaga criada pela saída de Licá e próprio veria com bons olhos a possibilidade de evoluir bem próximo da vista de Jesus. Porém, não foi essa a ideia dos responsáveis benfiquistas, veremos o que se passará com Sidnei, que certamente arranjaria um lugar em qualquer clube nos mesmos moldes previstos para Jara, mais ainda tendo em conta a posição que ocupa.

Não abundam os bons centrais, e praticamente todos os clubes que disputarão a Liga estarão a precisar de um. Estaria assim mais um caso resolvido, passando-se depois para mais um importante exemplo, Nélson Oliveira, que certamente voltará a ser emprestado e poderia ter nos clubes de nível ‘europeu’ o espaço ideal para crescer, destacando-se o Paços de Ferreira, onde Costinha já terá garantido que necessita de uma mais-valia para a posição de avançado.

Assim sendo, fica em aberto se o Paços, ou um clube da sua ‘igualha’, não seria mesmo a oportunidade ideal para que Nélson se valorizasse ainda mais e pudesse continuar a sua evolução, ainda que deva recordar-se que o jogador já esteve num passado recente emprestado ao Paços e sentiu alguns problemas, discutindo mesmo com alguns adeptos, e por essa razão poderia ter essa ‘porta’ fechada, mas o seu caso permite pensar em outras hipóteses.

Aponta-se como certeza que o atacante evoluiria bastante com mais um empréstimo, e porque não dar preferência a um Sporting de Braga ou um Estoril, que tal como para Sidnei e Jara seria um bom clube para si, pelo que assim sendo uma opção pelo clube da Linha seria a melhor, até porque não será líquido que obtenha tantos minutos em Braga como poderia conseguir no Estoril. Face à utilidade que poderia ter, penso ser de lamentar esta omissão por parte do Benfica.

Parece até algo inexplicável o Benfica não ter pensado nisso face à proximidade geográfica e o facto de o Estoril disputar as provas europeias, pelo que seria um 'satélite' excelente no qual se podiam colocar vários jogadores...

Para além de Braga, Paços e especialmente Estoril, o Vitória de Guimarães poderia ser outra equipa desse género, e até mesmo para certos jogadores existem outras equipas que embora não joguem nas competições europeias também seriam boas para que pudessem evoluir devidamente.

Emprestar os seus excedentários desta forma seria juntar o útil ao agradável, mas infelizmente já se pôde reparar que o Benfica não possui esse tipo de visão e será mesmo este um daqueles aspectos no qual as águias mantêm uma política pouco menos que péssima, pois emprestam quase sempre os seus jogadores aos clubes errados e raramente garantem retorno por isso mesmo. Pode voltar a usar-se como um exemplo o que vai Franco Jara fazer numa cedência ao Rosario Central.

Passar mais um ano de contrato, foi essa a escolha feita pelo Benfica para Jara, para que depois venha a ser vendido por um valor bastante abaixo da sua cláusula de rescisão e mesmo abaixo do valor pelo qual foi comprado, numa gestão incompreensível de um activo que contraria um negócio muito inteligente que se descortina a partir de uma notícia que permite atenuar o lamento que os adeptos benfiquistas por vezes sentem pelo acompanhamento aos futebolistas colocados em outros clubes.

Um exemplo de uma boa colocação está em Leandro Pimenta, que foi vendido ao Gil Vicente sem que sejam conhecidos os valores mas ainda assim a saber-se que se situou em valores bem abaixo dos 500 mil euros. Porquê então um bom exemplo?

Pimenta conhece-se como um jogador promissor que era possuidor de uma cláusula de rescisão estipulada em 30 milhões de euros e continua a ser apontado como um bom jogador de futuro pelo futebol de qualidade arrancado com os dois pés, acabando assim praticamente oferecido num negócio comparável a uma época de saldos que ainda assim… não importa, uma vez que se trata de um jogador jovem que necessitava de ser vendido.

Não parece problemático libertar jovens 'em saldos', desde que o futuro esteja salvaguardado, como é este o caso, e haja percentagens sobre o seu passe, o que voltou a suceder, pelo que se o jogador tiver outra transferência as águias poderão ser ressarcidas, e pelo menos deve haver uma cláusula de recompra, outra situação prevista neste negócio com o Gil. Nada a dizer. Assim o Benfica agisse também com outros jogadores…

Texto
: Rafael Batista Reis
Imagem: D.R. (Noticias do Futebol)
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