MLS, UMA LIGA COM FUTURO
Tempo de ser ‘lar de idosos’ já terminou na MLS
Financeiramente
reforçada na década anterior com o objectivo de fomentar a prática do futebol,
ou melhor, o ‘soccer’, como denominam a modalidade nos EUA, a MLS tornou-se bem
mais do que alcançava nessa altura, passando basicamente por um ‘lar’ para
futebolistas em fim de carreira, o que sucedeu com os franceses Yoann Djorkaeff
e Thierry Henry e mais recentemente, se bem que com os outros resultados, com
David Beckham.
Aliás, o ponto de viragem terá mesmo sido dado com Becks. O seu a seu dono, o
internacional inglês provou que nem todos os veteranos procuram ‘reformas
douradas’ e assim contribuiu dentro e fora de campo para o desenvolvimento de
um desporto que em pouco tempo deixou de importar tantos estrangeiros em
quantidade para passar a fomentar a exportação, como sucedeu com vários atletas
que mostram a sua qualidade na Europa.
Evidentemente que os nomes mais experientes continuam a chegar, e dois deles
encontram-se precisamente ao serviço dos LA Galaxy que durante várias épocas
contaram com os préstimos de Beckham, sendo agora liderados pela glória
norte-americana Landon Donovan e o irascível mas muito talentoso Robbie Keane,
que tem representado da melhor forma a Europa no cada vez mais competitivo
futebol da MLS.
Prova norte-americana tem lançado
valores de qualidade
Longe vão os tempos em que se apostavam em prodígios esporádicos, com Fredy
Adu, promessa constantemente adiada que chegou a passar pelo Benfica, à cabeça.
Aliás, este mesmo jogador continua a disputar a prova, sem título de destaque,
o comprova duas coisas em simultâneo, desde logo à falta de condições do
jogador para singrar ao mais alto nível e por outro lado a competitividade da
própria prova, que rende partidas muito interessantes de assistir.
É curioso como o futebol dos EUA se tornou uma interessante fonte produtora de
bons avançados, podendo encontrar-se facilmente três exemplos que levam a que
se deva olhar com mais atenção esta prova, começando-se por Jozy Altidore, que
numa primeira fase ameaçou tornar-se um ‘novo Adu’ depois de ter explodido na
MLS e ter somado algumas experiências falhadas na Europa até que chegou à
Holanda para finalmente impor a sua qualidade.
Mais experiente e agora
também de regresso à MLS encontra-se outro goleador de créditos firmados na
Europa, Clint Dempsey, que à imagem de Donovan conseguiu ganhar o seu espaço em
Inglaterra e conseguir muitos e bons golos na elitista Premier League, prova na
qual brilhou ao serviço de Fulham e Tottenham, merecendo por completo o retorno
a casa para muito provavelmente se tornar uma das referências da Liga.
Outro exemplo de goleador ‘made in MLS’ encontra-se mesmo em Portugal, sendo
esse o caso de Fredy Montero, que antes de regressar à sua Colômbia natal para representar
o Millionarios e assim chamar a atenção do Sporting teve o espaço necessário
para evoluir num clube que apostou na sua capacidade como líder da sua equipa, o
Seattle Sounders, que ficará intimamente ligado ao seu crescimento como jogador
e avançado de qualidade.
Existem vários talentos a despontar na
MLS, devendo seguir para a Europa
Existem ainda os jovens que aguardam a hora certa para abandonar a MLS e
uma vez mais valorizarem esta prova na sua vertente formadora. Poderiam
destacar-se vários casos, mas entre vários atletas capazes de se imporem no
futebol europeu prefiro sublinhar quatro exemplos, o primeiro de Juan Agudelo,
que tem representado vários clubes da Liga, encontra-se ao serviço dos New
England Revolution e aguarda a proposta certa para partir.
Para além de Agudelo a MLS poderá em pouco tempo lançar José Villarreal,
extremo dos LA Galaxy que ainda necessita pelo menos de mais uma época no seu
país para ganhar experiência, e ainda uma dupla ligada a um dos favoritos para
conquistar a edição deste ano da prova, o Real Salt Lake.
Nos seus quadros o Real revela Luis Gil, um criativo que já cumpriu testes em Inglaterra, e Joao Plata, promessa do Equador que em pouco tempo estará numa nação latina a espalhar a sua irreverência. Contas feitas, muito talento para ainda explorar…
Texto: Rafael Batista Reis.
Imagem: D.R.
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