CARRILLO
DEIXOU DE SER PROJECTO
Finalmente André Carrillo parece ter deixado o estatuto de promessa
O início de temporada do Sporting comprova que em poucas semanas um caso que
poderia parecer perdido pode mesmo passar ao estrelato caso aumente o seu nível
de trabalho, mantena a crença nas suas potencialidades e seja orientado pelo
técnico certo – tudo isto parece estar a acontecer com André Carrillo, para
muitos a face que representa o novo leão, renovado, goleador e pronto para dar
espectáculo.
Começava a parecer que este jogador se tratava de um caso perdido para o
Sporting. Individualista e até mesmo desconcertante, neste caso no mau sentido,
e acima de tudo irregular. Sejamos francos, a época ainda se encontra numa fase
muito inicial e esta conhecida irregularidade até poderá voltar, mas na verdade
nunca Carrillo terá atingido um nível tão elevado quanto nestas primeiras duas
jornadas, o que afasta, mesmo para os seus maiores críticos, a ideia de que
deveria abandonar os leões em definitivo.
Qualidades do peruano tornam-no já numa
das unidades mais influentes dos leões
Para que tal não sucedesse os leões tiveram de fazer uma escolha que agora
muitos dirão que seria fácil de tomar: dispensar o jogador que melhor
relacionamento tinha com o peruano mas ao mesmo tempo o maior desestabilizador
para si, o atacante Gael Etock, a sua companhia de vida nocturna, que será
provavelmente o maior problema de La Culebra, como de resto se compreendeu num
estágio da sua selecção que acabou por tornar um caso de enorme polémica.
Valeu bem a pena para o Sporting segurar o jogador, que tem tido um início de
época fulgurante desde a pré-época, surgindo completamente transfigurado para
melhor com fantásticas arrancadas, cruzamentos tensos e plenos de intenção e
até golos marcados, o que o tornará o grande destaque da equipa até ao momento
mesmo perante a estreia auspiciosa de Fredy Montero e a fabulosa ascensão de
William Carvalho na equipa titular dos verde-e-brancos.
Esse estatuto para já tão merecido terá agora de ser gerido pelo peruano, que
não poderá ‘embandeirar em arco’ até porque necessita ainda de provar que é já
capaz de render ao máximo nos encontros de grau de dificuldade máxima, algo que
não conseguiu fazer no recente derby frente ao Benfica, nem mesmo jogando numa
ala na qual o seu marcador directo, Bruno Cortez, lhe ofereceu espaço e margem
de manobra para conseguir mais e melhor.
Texto: Rafael Batista Reis
Imagem: D.R.
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