quinta-feira, 9 de janeiro de 2014





REBELDIA NA RÁDIO FAZ-SE COM BARULHO.

Paulo Barulho, ou uma boa surpresa nas narrações de futebol pela rádio.


Nestes anos que vão passando na minha carreira tenho tido a possibilidade de encontrar pelo meio desportivo, mais precisamente nos meandros nos quais trabalho, o futebol, vários profissionais com valia nos mais diversos quadrantes, desde os próprios futebolistas, passando por treinadores, delegados, dirigentes e até mesmo jornalistas.

No que toca à rádio, esta temporada acabo por deparar-me com uma ‘lufada de ar fresco’ chamada Paulo Barulho, a quem se atribui qualidade para persistir neste meio nos próximos anos e se deixa conhecer numa interessante entrevista.

Como te caracterizarias enquanto profissional? Quem te escuta acha que és a
voz rebelde dos relatos da bola?


Considero-me uma voz rebelde dos relatos de futebol ou da bola. Todos nós temos a liberdade de transmitir a nossa opinião e que aceito essa definição que me fazem, mas creio que não é a voz, mas sim a minha própria personalidade, cuja rebeldia existe e sem ela não me sentiria vivo, nos relatos e em todas as vertentes da minha vida sociais e laborais, e sem essa chamada rebeldia não vivo, gosto de ser como sou.


Vamos aproveitar para aprofundar um pouco sobre a tua carreira. Aspecto sobre o qual obrigatoriamente tenho de te perguntar – quais são as rádios para as quais já trabalhaste?

Comecei numa fase de estágio sem receber um tostão e que tenho muito a agradecer a essa equipa que encontrei por ter apostado em mim para uma web rádio que se chama Voz Desportiva, na qual hoje sou ainda colaborador, em 2009, depois estou há 4 anos com a Rádio Portalegre.

Depois costumas colaborar com outras, não é?

Em 2009/2010 obtive a carteira profissional como enviado especial da Rádio Portalegre e que para mim é sem dúvida nenhuma onde eu vivi grandes momentos de emoção com os clubes que acompanhei aqui em Lisboa e Setúbal e arredores, nomeadamente o FC Crato e o Eléctrico de Ponte de Sôr, como sou free lancer, Rádio Barcelos também com o Gil Vicente e Braga aqui em Lisboa e Setúbal, Rádio Montemuro de Cinfães, Rádio Sines, Rádio Universitária do Algarve faço também para eles quando o clube do meu coração, o Farense, joga aqui por estas bandas.

Rádio Foia, Rádio Oásis, que cobre o distrital de Lisboa…mas a minha casa-mãe é sem dúvida nenhuma a Rádio Portalegre, também em imprensa escrita colaboro com o Jornal Alto Alentejo no desporto. Uma curta carreira mas com boas coisas e muito por continuar a aprender e a alcançar.

Estamos no mesmo barco. Jovens, carreira curta e ainda com muito para crescer...

Em idade sou um pouco mais velho, 37 anos, por várias circunstâncias na minha vida talvez tenha começado tarde nisto mas sou um jovem com um espírito rebelde. Devo também frisar que trabalhei com o Jornal Ocidente também em Sintra e em imprensa escrita como free-lancer e também no Diário de Aveiro, este último na cobertura por escrito da Final da Taça de Portugal feminino entre 1º Dezembro e Albergaria... e também fiz muitos relatos dos campeonatos de Juniores e Juvenis, nomeadamente na Voz Desportiva.

Aprofundemos estas experiências. Efectuas alguma preparação especial para estes trabalhos?

Tenho um ritual antes de fazer qualquer relato sempre não falha, faça sol ou chuva, frio, tempestade e seja que clima for, mergulho com natação pelo menos durante 30 minutos nas noites antecedentes ou manhãs antecedentes aos jogos. O mar em si, é uma minha grande paixão, pois sinto-me muito bem, com paz e muita serenidade no meu interior quando estou em contacto com o mesmo.

Curioso, um ritual engraçado.

Pois é, mas é radical, especialmente à noite, no meio da escuridão mas é sempre, tem de ser.



Pois, bastante arriscado, até.

Tem uma razão de ser, no meio daquela imensa escuridão dentro da água, numa infinita imensidão, é que se sente e vê o quanto somos pequenos nesta natureza mas é uma sensação indescritível de adrenalina.


Cada um ao seu estilo, é importante levarmos essas 'injecções' de moral e confiança...

Resumindo e concluindo; há malucos para tudo. E sigo também vários clubes com particular interesse, em especial os grandes jogos em Faro.

Faço cobertura semanal aos jogos do Loures, um clube que tens admirado particularmente esta época. Como analisas a carreira dessa equipa?

Em Pina Manique, recordas o que disse, que o Loures vindo do distrital era um outsider, mas que era a equipa que iria fazer coisas giras. Está a confirmar-se.


Também falámos sobre a sua forma de jogar. o delegado do clube é o primeiro a admitir que a equipa não joga bonito, mas tem um colectivo muito forte. Que vislumbras da competição na Série G do Campeonato Nacional de Seniores?

Vejo também que o Sintrense está a crescer muito nos últimos jogos, e já recuperou muitos pontos.

E em relação ao Farense, o clube da tua preferência?

Vejo que tem contado com um grande jogador de futebol e que ainda o vai ser no futuro ainda mais – Ibukun. Pena a sua saída.

Por acaso gostei dele, bons pormenores.

Foi para o 1ºAgosto de Luanda, mas uma coisa é certa, vai fazer muita falta ao esquema de manobra ofensiva do Farense.

Como se descobre a capacidade para os relatos?

Treinando no chuveiro, por exemplo, ou seja, quando estiveres sozinho. E nomeadamente quando ainda somos crianças, ao se fazer em frente á TV a relatar com as imagens desse jogo, com a prática, fiz várias crónicas de jogos de equipas da zona do Alentejo durante 3 temporadas. Resumindo e concluindo, descobre-se de muito pequenino esta vocação de se querer fazer relatos de futebol, mas VIP não quero ser, sou humilde e persistente por natureza. Os relatos de futebol para mim são uma forma de estar na vida.



Texto: Rafael Batista Reis.
Imagem: D.R.
rafaelreis.rbr@gmail.com 

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