quinta-feira, 30 de janeiro de 2014




DEZ CRAQUES A SEGUIR NO MUNDIAL SUB-17.

Mundial sub-17 revelou vários talentos para o futuro.

Qualquer apaixonado pelo futebol ficará deleitado por acompanhar as provas internacionais que revelam os nomes daqueles que poderão vir a marcar o futuro da modalidade, sendo o Mundial sub-17 um desses certames, ainda que esta edição tenha acabado ensombrada pela polémica pelo facto de a selecção vencedora, a Nigéria, ter ainda o seu título em dúvida pelo facto de ter, segundo a FIFA investiga, utilizado quatro jogadores com idade superior, o que ainda assim não retirou espectacularidade à prova.

Ainda poderá vir a ser o México o grande vencedor, o que faria com revalidasse assim um título que já havia sido conquistado há dois anos, tendo agora encontrado dificuldades maiores numa prova na qual se destacaram muitas ‘pérolas’, entre as quais se destacaram dez com maior projecção, a saber:

1- VALMIR BERISHA – Foi o grande destaque individual de uma equipa da Suécia que terá sido a grande sensação colectiva ao ter alcançado o terceiro (segundo?) lugar numa prova na qual se encontrava em estreia absoluta mas que valia pelo seu todo e não tanto pelas individualidades.

Coube assim a este ponta-de-lança ligado contratualmente ao Halmstads a responsabilidade de liderar um conjunto que sofreu algumas alterações na sua equipa titular desde o Europeu, apontando um total de sete tentos e sagrando-se o melhor marcador da competição.

2- KELECHI IHEANACHO – Entrou a ‘matar’ no Mundial ao apontar um poker que desde logo o apresentou ao público, assumindo-se desde cedo a estrela maior da equipa da Nigéria ao ter sido o playmaker do conjunto que haveria de garantir o título, levando a sua camisola 10 ao interesse de gigantes internacionais como o Barcelona e o Arsenal e em especial à distinção de melhor jogador da prova para a FIFA.

3- TAIWO AWONIYI – Apesar de ainda se desconhecer a identidade dos futebolistas da Nigéria cuja idade levanta dúvidas à FIFA, arrisco escolher este jovem que ainda actua na Imperial Academy do seu país como a grande sensação do Mundial, principalmente pelo facto de a ter começado enquanto suplente atrás de Sucess Isaac, o primeiro titular na posição de ponta-de-lança.

Com a lesão do seu companheiro, não acusou a pressão, ‘desatando’ a marcar golos para uma equipa nigeriana que contou com valores como Iheanacho, Isaac ou o médio defensivo Chidiebere Nwakali, tendo acabado a prova com quatro golos marcados, três deles nas fases a eliminar, nomeadamente nas partidas que antecederam a final.

4 – IVAN OCHOA – Paulatinamente foi-se tornando a estrela maior da selecção do México, tendo iniciado a prova votado a algum anonimato que foi abandonando com o passar do tempo, tendo este aguerrido extremo direito do Pachuca juntado ao golo que havia marcado na fase de grupos mais quatro tentos na fase final da prova, ganhando preponderância na equipa e até no certamente, o que lhe valeu o prémio de terceiro melhor jogador.

5- GABRIEL BOSCHILIA – Apesar de se tratar de um esquerdino, este extremo que desenvolve a sua carreira no São Paulo demonstrou capacidade para evoluir com semelhante capacidade pelos dois flancos, o que tornou, juntamente com outras promessas como o criativo Nathan ou o ponta-de-lança Mosquito, o Brasil uma verdadeira máquina goleadora e apontado por muitos como principal candidato à conquista do título mundial após a primeira fase.

Ainda assim, Boschilia atingiu outra dimensão, especialmente pelo facto de marcar muitos golos mesmo a jogar pelas alas e sem ser um futebolista de posição, tendo apontado seis tentos no total. Quando esteve indisponível… a ‘amarelinha’ foi eliminada.

6- JOAQUÍN IBAÑEZ – Surpreendeu inclusivamente os responsáveis da sua selecção, a Argentina, pelo índice goleador que demonstrou, principalmente por actuar como lateral esquerdo, o que não impediu o canhoto ligado ao Lanús de ser… o melhor marcador da equipa albiceleste, que obteve a quarta posição (ainda poderá vir a ocupar o pódio) e revelou outros talentos como o defesa central German Ferreyra, com um total de quatro golos marcados, uma marca invejada por muitos atacantes…

7- ULISES JAIMES – Excedeu as expectativas que se lhe apontavam ao cedo ter deixado a perceber que se travava mais do que um mero concorrente para o habitual titular na frente de ataque Alejandro Diaz, tendo o jogador do Monarcas de Morelia de pronto, e com golos, garantido o seu espaço numa equipa na qual também pontificava o defesa central José Almanza.

Assim, Jaimes formou um tridente ofensivo com Diaz e Ochoa que levou a equipa mexicana até à final da prova, impressionando pela movimentação e ainda pelos dois tentos que apontou ainda no decorrer da fase de grupos.

8- LUCA VIDO – Foi claramente a figura em destaque na equipa de Itália que chegou aos oitavos-de-final da prova muito à custa do trabalho atacante do extremo Vittorio Parigini e em especial deste atleta que evolui nas camadas de formação do AC Milan e actua como extremo esquerdo e segundo avançado que apontou dois golos na prova e ambos de carácter decisivo uma vez que permitiram à ‘squadra azzurra’ alcançar triunfos tangenciais sobre Costa do Marfim e Nova Zelândia.

9- FRANCO ACOSTA – Acabou por ser a grande figura individual de um Uruguai que muito prometeu na primeira fase com um futebol bastante colectivista mas que acabou por cair aos pés da campeã Nigéria num encontro no qual se escutaram muitos protestos e acusações por parte da equipa ‘celeste’ que se despediu com quatro golos apontados pelo seu ponta-de-lança que ao nível de clubes mantém ligação com o Fénix.

10DZHAMALDIN KHODZHANIYAZOV - Ler e escrever o nome deste jogador será para muitos um caso sério, mas não só: também o será para os avançados que nos próximos anos procurarão ultrapassar este jogador que pode evoluir como defesa central e lateral esquerdo e há alguns meses se mostrou uma das grandes figuras da selecção da Rússia que se sagrou campeã europeia de sub-17.

Esse sucesso pelas selecções jovens do seu país abriu-lhe mesmo as portas da equipa principal do Zenit, disputando a Champions no seu primeiro ano de júnior antes de ter sido um dos poucos russos a escapar do Mundial com nota positiva.

Texto: Rafael Batista Reis.
Imagem: D.R.
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