sexta-feira, 5 de setembro de 2014





Se existe motivo para todos os jovens portugueses sonharem que um dia pode mesmo ser possível chegar à Selecção Nacional, Ricardo Horta poderá mesmo ser um deles, servindo de modelo e inspiração pelo exemplo de como num curto espaço de tempo a desilusão pode mesmo dar lugar à entrada nos maiores palcos da modalidade.

Há cerca de quatro anos, o extremo conhecia a sua dispensa dos quadros do Benfica mesmo depois de, meses antes, se ter dado a conhecer ao público que mais atentamente acompanhava o futebol de formação com uma prestação de alto nível cujo ponto alto foi mesmo o Torneio de Corroios ao serviço dos Juvenis encarnados.

Dessa geração benfiquista, na verdade pouco sobra; com Horta evoluíram alguns talentos que actualmente evoluem em escalões secundários dentro e fora do País, bem distantes de Ricardo Horta, que numa inesquecível tarde envergava a camisola 16 da turma encarnada e nesses minutos demonstrava mais qualidade do que na verdade vir a fazer parte de uma lista da qual constaram outros que mais tarde seriam dispensados pelo clube.

Há quatro anos, Horta brilhava no ataque dos sub-17 do Benfica com Bernardo Silva

Numa final que colocou o Benfica ao Sporting, Ricardo Horta apontava um hat-trick com golos aos 21, 64 e 71 minutos, assumindo-se o melhor em campo assim como o melhor marcador da competição, revelando muita apetência pelo golo que continuaria a confirmar-se com o tempo e uma interessante dupla com um valor que haveria de permanecer ligado às águias, Bernardo Silva, com quem revelava um excelente entendimento
na frente de ataque.

Ricardo Horta, esse, surgia mais descaído para o lado direito, ocupando aquele que ainda hoje é o seu posto dominante e no qual começa a fazer carreira ainda que não como jogador do Benfica como em 2010 certamente sonhava.

Anos depois, o extremo figura no Málaga e na Selecção Nacional

Muito no jovem na altura, o extremo confessava-me que “foi uma vitória importante, ainda para mais contra um rival, é sempre importante ganhar. Tínhamos perdido com eles no Campeonato, foi muito bom agora virarmos o resultado. É óbvio que esta vitória nos vai trazer motivação, já pensávamos em como batê-los no Campeonato na 2ª volta, este é um passo para que o consigamos fazer.”

“Acho que joguei bem, marquei 3 golos, a equipa também esteve muito bem,” concluía o jovem jogador sem na altura esperar que apenas quatro anos volvidos estaria integrado no plantel principal do Málaga e acima de tudo nas contas de Paulo Bento com uma convocatória para a Selecção A.

Hoje, Horta vai surgindo como protagonista em conferência de imprensa e podendo dar continuidade à fama de uma nação que se destaca pelo lançamento de muitos e bons talentos. Confirma-se que a vida dá, de facto, muitas voltas, e a de Ricardo Horta é pródigo exemplo disso.

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