sexta-feira, 24 de abril de 2015



Sim, faz-se o possível.

A cada temporada um dos assuntos mais badalados na Primeira Liga é, infelizmente, a arbitragem, criticada por muitos, especialmente pelos próprios intervenientes, mas especialmente pelos adeptos insatisfeitos com os resultados desportivos do seu próprio clube. Sejamos claros: é isso que neste momento vem sucedendo na Primeira Liga com a criação do já sobejamente conhecido ’colinho’ supostamente criado em favor do Benfica mas que apenas parece visível para alguns.

Infelizmente no nosso País como um dia afirmou Jorge Jesus o fair-play é mesmo uma treta e prefere-se retirar mérito a quem vence; neste caso, a quem lidera. ‘Clubite’ à parte, a dada altura deste campeonato qualquer um dos três clubes de maior dimensão dispôs de más arbitragens que lhes trouxeram benefícios - podemos recordar, por exemplo, uma vitória do Benfica sobre o Gil Vicente na Luz com um golo de Maxi Pereira em claro fora-de-jogo.

No entanto, contas feitas, a diferença não reside aí. A memória recorda que o FC Porto teve também partidas marcadas por arbitragens polémicas frente ao Sporting de Braga tanto na primeira como na segunda volta, assim como o próprio Sporting não teve também ’razões de queixa’ de algumas decisões nas partidas ante Académica na 1ª volta e até mesmo na recente arbitragem de Olegário Benquerença que ao contrário do que reza a crítica prejudicou ambos os lados. 

Talvez por tudo isto as palavras do principal responsável pela Comissão de Arbitragem da Liga, Vítor Pereira, tenham sido tão criticadas - no entanto, uma das expressões que utiliza não poderia ter sido mais verdadeira.

Disse em entrevista Vítor Pereira que o futebol português tem neste momento a “arbitragem possível” de encontro com as condições e o panorama actuais. Correcto: para o mal mas também para o bem, como recentemente o NOVA ACADEMIA DE TALENTOS discutiu com um dos maiores especialistas da área no momento em Portugal, Pedro Henriques.

Uma das referências da arbitragem num passado recente, o ex-árbitro deixou o seu parecer sobre vários árbitros actualmente no activo com qualidade para assegurar o futuro da classe nos próximos anos na sucessão a uma era de sucesso liderada por Pedro Proença, sabendo-se que no presente têm de facto sido cometidos vários erros. No entanto, parece necessário perguntar: não serão estas insuficiências já tantas vezes demonstradas por árbitros internacionais?

Não passou ainda um ano desde que na sua entrada no que seria um desastroso Mundial Portugal se deparou com uma arbitragem nada favorável do sérvio Milorad Mazic na partida frente à Alemanha no qual o adversário dos lusos, que foi efectivamente superior, de qualquer forma teve em seu benefício uma grande penalidade não assinalada sobre Éder e um lance no qual o juiz não hesitou em expulsar Pepe numa atitude irreflectida deste, é certo, mas manifestamente empolada por Thomas Muller.

Teria Mazic tomado a mesma atitude caso os intervenientes se invertessem? Nunca saberemos. De qualquer forma, alguém contestou a competência, dignidade e profissionalismo do árbitro da Sérvia? Uma vez que a questão poderia ser retórica, pergunto - serão os árbitros portugueses assim tão inferiores? Aliás, serão mesmo inferiores à média internacional? Não me parece. E não, esta Liga como muitos defendem, não está marcada pela influência da arbitragem.

Considerando a crítica que tal poderá acarretar: o colinho, de facto e de todo, não existe. Existe na verdade um Benfica não tão expansivo, mais ‘terreno’ e por vezes até demasiado sorumbático que tem tido o mérito de perder menos vezes pontos que a concorrência, o que normalmente resulta na liderança. Se a continuará a merecer ou não, o Clássico de Domingo importar-se-á de esclarecer.

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