sábado, 21 de março de 2015




O que o dragão deve temer

Quando se iniciou o sorteio dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, muito provavelmente se fosse perguntado a um comum adepto do FC Porto qual seria o adversário a evitar grande parte responderia ‘Bayern de Munique’. Capricho do mesmo, serão mesmo os bávaros a colocar-se no caminho dos dragões no que se prevê que seja uma eliminatória altamente complicada de transpor.

Escolher três elementos a temer e a ter em maior atenção com a quantidade de craques que tem o Bayern, parece quase uma falta de respeito pelo enorme valor colectivo que a equipa alemã possui. No entanto, não deixa de constituir um desafio aliciante ao qual o NOVA ACADEMIA DE TALENTOS preferiu não se dissociar.

Autor do golo que garantiu à Alemanha a conquista do título mundial, Mario Gotze detém as características que a defensiva do FC Porto mais teme, muita dinâmica, movimentação, qualidade técnica e uma visão de jogo apurada que o beneficia em aspectos como o último passe ou remates sem preparação.

Gotze promete tornar-se um pesadelo para as marcações precisamente por dificultar tanto as marcações individuais como as zonais por ser muito complicado prever quais os terrenos que irá pisar durante o mesmo jogo, uma situação contrária ao que deverá suceder com a outra figura à qual os dragões deverão dedicar grande parte da sua atenção, Arjen Robben, que evolui por ambas as alas com a mesma eficácia.

No caso de Robben, as suas movimentações são habituais e reconhecidas, mas tal não se torna uma desvantagem por mérito da sua velocidade de execução e o seu notável pé esquerdo que lhe permitem entrar em diagonal com facilidade, prevendo-se caso o holandês esteja em noites inspiradas duas tarefas complicadas para Alex Sandro.

Também a dupla de centrais escolhida, que na primeira mão por castigo de Ivan Marcano será formada por Maicon e Bruno Martins Indi, poderá ter dificuldades acrescidas caso Pep Guardiola se decida pela titularidade de Robert Lewandowski, que face à imensa qualidade do plantel e por questões tácticas nem sempre alinha como titular mas poderá ser o ponta-de-lança que os defensores portistas não quererão ter pela frente.

Ágil e bem composto fisicamente, o polaco pode explorar a mínima falha de posicionamento e de velocidade de reacção de Maicon ou Martins Indi, que embora sejam obrigados a atenções redobradas na marcação poderão ganhar uma importância acrescida em termos ofensivos. Sim, porque embora seja de facto um poderoso conjunto, no futebol não existem fortalezas inexpugnáveis e nesse sentido o Bayern terá também as suas limitações.

Com efeito, o exemplo mais vincado será a pesada derrota há algumas semanas sofrida ante o Wolfsburg, na qual unidades de futebol aéreo como Bas Dost (essencialmente) e Naldo provaram que o poderoso emblema bávaro sente por vezes algumas dificuldades no futebol pelo ar especialmente se o cruzamento for tenso.

Assim sendo, os acima mencionados Maicon e Martins Indi, assim como Jackson Martinez e/ou Aboubakar terão ainda uma palavra a dizer para além do ’adeus’ que boa parte do meio futebolístico já preconiza.

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