terça-feira, 23 de dezembro de 2014





Segundo dourado ano de Mou

Ficou há alguns anos conhecida uma afirmação de José Mourinho que regista que o melhor dos seus projectos tem apenas lugar na segunda época depois de uma primeira de introdução aos seus métodos e estilo de jogo, como de resto volta na actualidade a suceder com o seu Chelsea, que depois de um primeiro ano no qual se imiscuiu  na luta pelo título apesar de o técnico nunca ter reconhecido essa ambição.

Ao invés disso, Mourinho prometeu um Chelsea a batalhar por todos os títulos, mas a Premier League em especial, e como tal investiu de forma consciente no mercado, garantindo apenas reforços de valia comprovada para um plantel que era já de si bem composto, destacando-se a forma como ‘ressuscitou’ Cesc Fabregas, votado ao ostracismo em Barcelona e que se tornou o seu principal ‘playmaker’.
A influência de Fabregas voltou a ser visível ainda na recente visita ao Stoke City na qual acaba por ficar intimamente ligado ao triunfo por 2-0 ao ter sido o autor do canto que resultou no primeiro golo, da autoria de John Terry e por fim ter apontado o último golo do encontro.

Neste momento, não só de Fabregas vive este Chelsea; muito pelo contrário. Como é habitual nas equipas lideradas por Mou, a defesa é sólida e muito difícil de transpor, formando-se no eixo uma dupla exclusivamente inglesa com o experiente Terry e ainda o sóbrio Gary Cahill, dois jogadores muito ao gosto do português.

Para trás o técnico português havia deixado uma defesa igualmente valiosa como a do Real Madrid, onde pontifica Pepe, um jogador com o qual se incompatibilizou e que criticou de forma muito dura ainda no último Mundial.

Nessa altura o luso-brasileiro foi expulso numa exibição para esquecer da Selecção Nacional frente à Alemanha na qual o afastamento precoce do central foi mesmo o ’último prego no caixão’ de um conjunto que acabaria mesmo goleado e posteriormente afastado da segunda fase da competição. Chamado a comentar esse certame, Mourinho não perdoou o antigo pupilo, mostrando que a confiança é chave para formar a sua defesa.

Como tal, conclui-se que o carismático treinador luso prefere até abdicar de um central tecnicamente evoluído como Pepe para dar preferência a dois trabalhadores incansáveis e absolutamente leais aos seus propósitos como Terry e Cahill, o que para já lhe garante a liderança isolada na Premiership e um apuramento tranquilo para os oitavos-de-final da Champions.

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