segunda-feira, 8 de dezembro de 2014


Entrevista com Romário dos Santos - parte I

Uma das equipas que nos últimos tempos mais tem impressionado a Europa do futebol, o Red Bull Salzburg continua a preparar o reforço da sua equipa, tendo em agenda a contratação de Romário Guilherme dos Santos, conhecido por Romarinho, brasileiro que completou a sua formação no FC Porto e que há duas épocas terá chegado a ter a oportunidade de regressar ao Dragão, uma possibilidade que nunca passou disso mesmo, e foi também observado por outros clubes nacionais.

Em bom plano no Brasil, onde nas últimas épocas representou o Bahia, actuando assim no Brasileirão, e o Red Bull Brasil, clube que actualmente representa e satélite do Red Bull Salzburg, nem mesmo actuando num modesto clube do Estadual de São Paulo Romário, de 22 anos, deixou de dar nas vistas, tendo mesmo já trabalhado nas instalações do clube austríaco que se convenceu das capacidades do lateral esquerdo.

Como tal, o lateral foi convidado a assinar na perspectiva de ser lançado na equipa B num processo que se verificou nas últimas épocas com uma das algumas figuras da equipa, uma opção que não agradou ao atleta. Ainda assim, o campeão da Áustria poderá voltar em breve à carga. Enquanto tal não sucede, o esquerdino acedeu a prestar uma longa entrevista ao NOVA ACADEMIA DE TALENTOS.

Comecemos pelo tempo em que jogaste em Portugal, foste campeão nacional de Juniores pelo FC Porto. Como recordas essa experiência?

Foram bons tempos, tínhamos uma equipa muito forte e unida onde aprendi muitas coisas com cada jogador, foi uma experiência única na minha vida onde tive a oportunidade de jogar numa equipa com a força do FC Porto.

Passada essa época regressaste ao teu clube, na altura o Audax Brasil. Achas que foi um retrocesso na tua carreira?

Não foi retrocesso pois quando regressei para o Audax eu fui para a equipa principal e evoluí muito como jogador tendo essa oportunidade de jogar campeonatos profissionais.

Já passaram alguns anos desde que saíste de Portugal. Está nos teus planos regressar para voltares a mostrar o teu valor ao público português?

Eu quando saí do FC Porto prometi a mim mesmo que um dia voltaria e que não era um adeus, apenas um até logo, então trabalho todos os dias com o sonho de um dia poder voltar a jogar nessa equipe onde fui feliz, mas tenho vontade de voltar a jogar em Portugal pois deixei muitos amigos por aí.

Ficaste sentimentalmente muito ligado ao FC Porto. Mesmo no Brasil, costumas acompanhar a carreira das várias equipas que representam o clube, a equipa principal, a B ou até mesmo os Juniores?

Mantive o meu carinho pelo clube, até mesmo aqui no Brasil continuo acompanhando tanto a equipa principal, e a Equipa B pois tenho amigos ainda que jogam na equipa B como Kadu e Fred. Então sempre entro na nos sites de desporto para ver os resultados dos jogos e as notícias do clube.

Com que ideia ficaste da base do FC Porto? Achas que o clube trabalha com os jovens da melhor forma?

O Porto sem dúvidas forma grandes jogadores, tem uma base muito forte na época porém eu não tive a sorte de ter a equipa B no nosso último ano de formação, então poucos jogadores da minha geração foram aproveitados, hoje com a equipa B os jogadores da base tem muito mais chances de mostrar o seu potencial saindo da base e indo jogar campeonatos profissionais!

Achas que o auge da tua carreira foi conseguido ainda no FC Porto?

Não foi o auge da minha carreira pois eu era muito novo, mais com certeza foi onde despontei para o futebol, onde tive mais visibilidade e cresci os meu níveis técnico e tático!

Qual escolherias como exibição mais conseguida na tua passagem por Portugal?

Escolho o meu jogo de estreia no Olival contra a Académica, onde fiz uma grande partida e fui premiado com um grande golo de fora da área.

Na altura em que jogaste no FCP a estrela da equipa era o Christian Atsu, que agora está ligado ao Chelsea. Como recordas a parceria que tinhas com ele?

Tínhamos uma parceria muito grande pela esquerda, junto a nós havia o Bacar e formávamos um lado esquerdo muito forte, com certeza ele era a estrela da nossa equipa, um grande jogador com quem tive a chance de jogar!

Porque razão achas que o FCP decidiu não renovar a tua ligação no fim dessa época?

Essa pergunta eu faço a mim próprio todos os dias, o porque não tive o meu contrato renovado, pois fazendo uma balanço da minha trajectória no FC Porto eu fiz uma excelente época, fui campeão em dois Campeonatos Nacionais e estava sempre a treinar com os profissionais!

Consideras que se tivesses sido emprestado na época seguinte, hoje tudo teria sido diferente?

Teria sido muito diferente, eu sentia-me preparado para jogar em Portugal e eu estava sempre a evoluir, hoje provavelmente eu estaria no grupo do FC Porto, na época já estava adaptado ao país e à forma de jogar, sentia-me bem jogando e o principal era feliz, então tenho a convicção que teria sido tudo diferente.



Tens tido propostas de Portugal nestes últimos tempos?

Não tive nenhuma proposta de Portugal, apenas teve interesses de empresários que mostraram interesse em ter a minha volta a Portugal.

Achas que o teu estilo de jogo se enquadraria ao futebol português?

Encaixaria sim pois fiz parte da minha formação no FCP, sou um lateral estilo europeu que marca muito bem e tem muito boa qualidade nos passes!

Consideras ter capacidade para um dia regressar ao FC Porto? É um sonho alcançável para ti?

Considero-me capacitado sim em voltar ao FCP, trabalho todos os dias para um dia poder voltar, pois prometi um dia a mim mesmo que iria voltar, eu não dei um adeus, apenas um até logo, tenho o meu sonho de um dia poder actuar novamente com a camisola do FCP! E espero que o meu sonho se realize um dia!

Sendo muito complicado alcançar um lugar na primeira equipa do FCP neste momento, aceitarias uma proposta para jogar no FC Porto B, por exemplo?

Acho que toda a proposta é válida desde que seja bom para a minha carreira, e não descartaria uma proposta da equipa B pois para chegar à equipa A é apenas um passo.

Se recebesses uma proposta de Portugal, darias prioridade em relação a outras que pudesses ter?

Daria prioridade pelo facto de ter essa vontade de voltar a jogar em Portugal, mas claro que se fosse uma proposta e um projeto muito bom para a minha carreira…

Achas que o facto de jogares num clube que não joga o Campeonato Brasileiro te torna menos visível para os clubes portugueses?

Acho sim que me deixa um pouco fora dos olhos dos clubes europeus não só dos clubes portugueses, o Red Bull Brasil é uma grande equipa de estrutura invejável e que logo irá chegar no cenário do futebol brasileiro.

O actual titular do FCP é o Alex Sandro, um jogador muito cobiçado e um dos melhores laterais esquerdos, senão mesmo o melhor, da Liga portuguesa. Consideras-te capaz de atingir o nível a que ele chegou?

Considero-me capaz como trabalho todos os dias buscando aperfeiçoar-me, o Alex Sandro é um grande lateral esquerdo e tem as suas qualidades assim como tenho as minhas e sei que sou capaz de chegar a um grande nível.

O Alex Sandro é um dos exemplos que tens a seguir nos laterais esquerdos da actualidade?

Considero um bom exemplo mas o meu maior exemplo e inspiração sempre será o Marcelo do Real Madrid.

Tirando o Alex Sandro, os restantes jogadores que foram chegando para a posição falharam no FCP. Porque achas que isso aconteceu? Sair da sombra do Alex Sandro acentua as dificuldades?

Penso que os outros não estavam preparados para jogar numa equipa da grandeza do FCP, e o Alex já jogava numa grande equipa daqui do Brasil que era o Santos, então para ele esse facto ajudou mais na chegada dele ao FCP, mas vi da minha época o Álvaro Pereira jogar e para mim foi um grande lateral esquerdo para o clube.

Até que ponto te valorizou como jogador teres jogado no FCP, mesmo só durante um curto tempo?

Valorizou-me muito, ter o FCP no meu currículo abriu-me muitas portas aqui no Brasil, e penso que é sempre importante ter no currículo títulos por uma equipa como o FCP!

Sei que na altura em que voltaste ao Audax tiveste propostas para sair mas preferiste permanecer e depois assinar pelo Red Bull. Porque razão o fizeste?

Na altura achei que jogar na equipa principal do Audax me traria muitos frutos, e vi no Audax a oportunidade de colocar em prática tudo aquilo que aprendi no FCP.

Saíste do Audax para o Red Bull, certo? Como correu esta primeira época no clube?

Sim nesta época troquei o Audax pela Red Bull Brasil e consegui subir o clube para a 1ª divisão do Paulista, jogando 18 partidas como titular de 19 do campeonato.



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