terça-feira, 14 de outubro de 2014




Foi descoberta a ‘contratação-tipo’ do Benfica esta época: a aposta para o futuro, mas garantida desde já no presente para que nos mais diversos espaços competitivos que as águias apresentam estes jogadores possam evoluir sem pressas e ir angariando as capacidades exigidas por Jorge Jesus e seus pares para envergar a camisola encarnada no seu plantel principal.

Um dos integrantes do ‘Plano B’ ao qual Jesus se referiu para justificar as contratações de Pawel Dawidowicz, que pela posição que ocupa em campo chegou a ser observado no estágio de pré-época, e Kevin Friesenbichler, que foi observado no Benfica B e posteriormente emprestado, será mesmo Victor Andrade.

Desta forma o virtuoso atleta abandonou o Santos e assinou com o Benfica para as próximas épocas depois de ter constituído uma das maiores apostas dos escalões de formação do conjunto brasileiro.

Para que se tenha uma noção sobre as expectativas que este jovem já gerou, Victor foi num passado recente tido como a maior esperança do Santos depois de Neymar, mas ainda assim não chegou a justificar esse estatuto no clube de São Paulo que viu agora Victor Andrade partir visto ter rubricado um acordo com o Benfica para viajar até Portugal e assim abandonar o seu anterior clube numa transferência sem custos.

Acordo facilmente fechado entre as três partes

Sem ter convencido em definitivo no futebol paulista, o versátil atacante merece ainda assim a confiança dos responsáveis benfiquistas que tentavam o seu concurso há já várias épocas e acreditam ser capazes de tornar o atleta numa das próximas estrelas da sua primeira equipa a médio prazo, razão pela qual optaram por avançar para uma série de conversações que ficaram encerradas depois de resolvidas pequenas e necessárias questões processuais.

Com a saída para a Luz confirmada o jovem jogador que poderá evoluir sobre qualquer posição no ataque mas que actua preferencialmente como extremo manifestou ainda antes de sair o desejo de não voltar a treinar no quartel-general do Santos, o Centro de Treinos Rei Pelé, mas pouco depois terá chegado a um acordo para continuar a fazê-lo e dessa forma cumprir o seu contrato até que as negociações com o Benfica chegassem a um desfecho positivo.

Ainda assim, as três partes envolvidas chegaram a um consenso que não prejudicou nenhuma delas – o próprio jogador, que pôde iniciar a época na Europa ao invés de ser obrigado a esperar pela reabertura do mercado, o Santos, que poupou pelo menos dois meses de salários, e o Benfica, que assim teve toda a liberdade de decidir qual o futuro imediato a oferecer ao atleta.

Desta forma, Victor Andrade viajou para o nosso país logo em Julho na companhia do seu padrasto de forma a dar início a uma nova etapa no futebol europeu e finalmente fechar acordo com as águias assim como a definição de questões extrafutebol como a escolha de casa para si e os seus familiares.

De qualquer forma, face à sua juventude e pouca experiência em competições de primeiro plano, parecia mais aconselhável para o atleta um primeiro empréstimo para que possa evoluir com maior regularidade, o que acabou por não suceder.

Saída não foi dificultada pelo Santos, que não lhe oferece espaço de manobra

Um outro cenário plausível passava pela sua integração no Benfica B, ainda que pelo interesse envolvido o caso do brasileiro se assemelhe mais ao da contratação (falhada) do alemão Yannick Gerhardt, ou seja, não para constituir uma opção imediata mas sim para chegar a médio prazo ao plantel principal, até porque a sua posição, como é sabido, é excedentária no grupo benfiquista.

Acabou mesmo por ser essa a opção contemplada, tendo Victor Andrade alinhado em dois encontros da segunda equipa encarnada, frente a Atlético e Feirense, adversário ao qual logrou marcar apenas cinco minutos após a sua entrada.

Ficará neste momento para a crítica e os adeptos do Benfica a incógnita enquanto no Brasil boa parte dos adeptos do Santos lamente a saída de uma promessa do futuro do futebol brasileiro cuja saída, no entanto, será apoiada pelo Peixe, que por razões diversas não encontra espaço para o jovem atleta e por isso não colocou entraves à sua mudança para um clube no qual possui admiradores.

Entre eles encontra-se mesmo o presidente Luís Filipe Vieira, que conhece o talentoso futebolista desde que há seis épocas, altura em que o jogador apenas somava 11 anos, trabalhou durante algum tempo num escalão etário superior, mais precisamente a equipa de Iniciados B dos encarnados, onde deixou mostras de grande potencial que esperam agora poder recuperar.

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