sábado, 7 de setembro de 2013






CARRILLO DEIXOU DE SER PROJECTO

Finalmente André Carrillo parece ter deixado o estatuto de promessa

O início de temporada do Sporting comprova que em poucas semanas um caso que poderia parecer perdido pode mesmo passar ao estrelato caso aumente o seu nível de trabalho, mantena a crença nas suas potencialidades e seja orientado pelo técnico certo – tudo isto parece estar a acontecer com André Carrillo, para muitos a face que representa o novo leão, renovado, goleador e pronto para dar espectáculo.

Começava a parecer que este jogador se tratava de um caso perdido para o Sporting. Individualista e até mesmo desconcertante, neste caso no mau sentido, e acima de tudo irregular. Sejamos francos, a época ainda se encontra numa fase muito inicial e esta conhecida irregularidade até poderá voltar, mas na verdade nunca Carrillo terá atingido um nível tão elevado quanto nestas primeiras duas jornadas, o que afasta, mesmo para os seus maiores críticos, a ideia de que deveria abandonar os leões em definitivo.

Qualidades do peruano tornam-no já numa das unidades mais influentes dos leões

Para que tal não sucedesse os leões tiveram de fazer uma escolha que agora muitos dirão que seria fácil de tomar: dispensar o jogador que melhor relacionamento tinha com o peruano mas ao mesmo tempo o maior desestabilizador para si, o atacante Gael Etock, a sua companhia de vida nocturna, que será provavelmente o maior problema de La Culebra, como de resto se compreendeu num estágio da sua selecção que acabou por tornar um caso de enorme polémica.

Valeu bem a pena para o Sporting segurar o jogador, que tem tido um início de época fulgurante desde a pré-época, surgindo completamente transfigurado para melhor com fantásticas arrancadas, cruzamentos tensos e plenos de intenção e até golos marcados, o que o tornará o grande destaque da equipa até ao momento mesmo perante a estreia auspiciosa de Fredy Montero e a fabulosa ascensão de William Carvalho na equipa titular dos verde-e-brancos.

Esse estatuto para já tão merecido terá agora de ser gerido pelo peruano, que não poderá ‘embandeirar em arco’ até porque necessita ainda de provar que é já capaz de render ao máximo nos encontros de grau de dificuldade máxima, algo que não conseguiu fazer no recente derby frente ao Benfica, nem mesmo jogando numa ala na qual o seu marcador directo, Bruno Cortez, lhe ofereceu espaço e margem de manobra para conseguir mais e melhor.  

Texto: Rafael Batista Reis
Imagem: D.R.

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