quinta-feira, 13 de novembro de 2014




Barcelona - mudança de uma era?

Anos depois de algum de tempo de domínio em Espanha e em termos internacionais, parece mesmo desde a época passada o declínio da extraordinária geração que vem liderando o Barcelona começou a ter lugar, constatando-se agora com maior incisão em La Liga embora já tenha sido palpável no ano passado pela forma como o título foi perdido, e logo em Camp Nou, para o Atlético de Madrid, assim como na Liga dos Campeões tem sido visível a falta de pujança da equipa nas fases mais adiantadas.

Parece faltar intensidade de jogo a uma equipa que não consegue fazer uso do famigerado ‘tiki taka’ da forma como o fez no passado, não conseguindo suportar o estilo de jogo mais físico e menos purista dos restantes rivais, principalmente em competições como a Liga dos Campeões.

Como o tiki taka parece ter-se tornado numa espécie de ‘tiki…taka’, a solução passou por alterar de alguma forma alterar o paradigma e passar a apostar-se em jogadores diferentes como Luis Suarez, um jogador imprevisível para o melhor e o pior mas indubitavelmente um jogador de enorme qualidade.

Equipas de formação do Barça não apresentam a competitividade habitual

Tanto ou mais preocupante do que essa falta de competitividade nas grandes decisões são também os problemas que começaram também a surgir na ‘galinha dos ovos de ouro’ do Barça, a sua formação, primeiramente com a proibição de inscrever jogadores de que foi alvo após a FIFA ter considerado ilegais as inscrições e utilizações de vários talentos provenientes de África que possui e depois por começar a perspectivar-se alguma perda de qualidade nas equipas jovens.

Depois de vencer a Liga dos Campeões ao nível dos Juniores ao levar de vencida o Benfica na final numa prestação na qual não consentiu qualquer derrota, a actual geração parece claramente mais fraca, estando neste momento posicionada num lugar que nem sequer lhe possibilita o apuramento para os oitavos-de-final após uma derrota no terreno do Ajax no seguimento de duas prestações cinzentas nos empates frente ao mesmo conjunto holandês e ainda antes na visita ao PSG.

Porém, não deve esquecer-se que em duas épocas de Youth League o Barça apenas foi derrotado por uma ocasião, precisamente nesse encontro ante o Ajax, e o talento futuro parece estar assegurado. Mas talvez não para já, como se percebe em todos os sectores da equipa principal actual começando pela baliza na qual a sucessão a Victor Valdés ainda não parece ter sido completamente resolvida.

É certo que no início da época chegou o chileno Claudio Bravo, que teve um início de época sensacional, mas não parece ser um guardião a longo prazo para o clube como será aquele que tem sido o seu habitual suplente, que até tem tido oportunidades em competições de alto nível como a Champions, Marc-André Ter Stegen, que parece deter todas as condições para assegurar a baliza catalã na próxima década.

Juntar uma unidade mais fixa no ataque a Messi poderia solucionar alguns problemas

Hoje em dia é impossível pensar na reedição daquele meio-campo que apaixonou os adeptos do futebol, liderado por Xavi Hernandez e Andrés Iniesta face ao menor rendimento do primeiro, o que obriga o segundo a emancipar-se, ganhando uma projecção superior que foi também colmatada com a contratação do croata Ivan Rakitic.

Para além das diferenças a meio-campo, também Lionel Messi parece um jogador diferente, menos talhado para jogar em solitário na frente de ataque como nos últimos anos mas mais colectivista e capaz de rubricar assistências, começando a pedir um companheiro de ataque mais posicional para que possa entrar nas suas costas. É certo que a experiência com Zlatan Ibrahimovic falhou redondamente, mas a parceria com Gonzalo Higuaín na selecção da Argentina resulta na perfeição…

Contas feitas, ninguém pode apontar a este Barça um problema de falta de experiência internacional; pode sim considerar-se que faltam soluções em quantidade. Ainda assim, quando a transição de nomes e de estilo estiver concluída, os ’blaugrana’ continuarão temíveis, ou não tivessem certezas com muitos anos pela frente como Neymar, Jordi Alba, Sandro Ramírez, Gerard Deulofeu, Adama Traoré, Elohor Godswill ou Munir El Haddadi.

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