domingo, 9 de novembro de 2014



Bento é lição a seguir para Santos

Leva para já um mês a era Fernando Santos na Selecção Nacional, com os méritos de uma reabilitação não apenas exibicional mas também ao nível dos resultados no seguimento do final da liderança de Paulo Bento que não terminou da melhor forma devido a um Mundial de má memória face ao resultado final e a duvidosa preparação da equipa tanto psíquica como fisicamente.

Esse será, aliás, o primeiro aspecto a ter em conta para Santos de forma a conseguir levar Portugal até ao sucesso - nunca descurar a moralização das suas ‘tropas’ que terão necessariamente de ser aqueles que no momento estiverem melhor preparados em termos físicos.

O segundo passará mesmo por fazer ‘orelhas moucas’ aos inúmeros ‘treinadores de bancada’ portugueses que certame após certamente pedem obrigatoriamente títulos sem que a equipa em grande parte das ocasiões justifique tamanhas expectativas.

Apesar de as soluções já terem sido mais alargadas, Portugal conta com muitos jogadores de qualidade

É certo que o futebol português tem crescido exponencialmente ao nível das Selecções desde os anos 60, altura em que emergiram grandes seleccionadores como Otto Glória e outros que se lhe seguiram, ou os anos 80 nos quais Portugal conseguiu poucos resultados mas praticava um futebol elogiado pelo cariz eminentemente ofensivo.

Em pleno Século XXI Fernando Santos tem a oportunidade de fazer melhor do que todos aqueles que o antecederam, mas sempre etapa por etapa e sem pressões acrescidas até porque muito embora o leque de escolhas para a equipa já tenha sido bem maior certo é que a qualidade da juventude que prepara a transição garante um futuro bem risonho pelo menos para os próximos dez/quinze anos para Portugal.

Para que tal aconteça, o seleccionador nacional terá em atenção alguns dos erros cometidos pelo seu antecessor, que não abdicava, ou raramente o fazia, do seu meio-campo composto por Miguel Veloso, Raúl Meireles e João Moutinho o que foi tornando a estratégia portuguesa altamente previsível. Para já com Santos ao comando apenas o último merece a sua confiança, como titular mas também entre os convocados.

Santos evitará repetir os erros cometidos por Paulo Bento e a equipa no Mundial 2014

A lógica tornava de alguma forma fácil adivinhar quais seriam os escolhidos de Paulo Bento - outra situação da qual Fernando Santos deve fugir como ‘o Diabo da cruz’, promovendo precisamente o oposto, tornar impossível prever quais serão as suas escolhas ao apostar nos futebolistas que mais garantias ofereçam no momento e não aqueles que conquistaram algum capital de confiança no passado, até porque os resultados dessa opção foram bem visíveis…

Acima de tudo, Portugal deve apostar no talento, não temendo incluir nas suas convocatórias jogadores erráticos mas definitivamente explosivos como Ricardo Quaresma, sobre quem o anterior seleccionador afirmou por altura da convocatória para o Mundial 2014 que “se o tivesse tirado da lista de 30 jogadores ainda teria sido mais criticado,” não se apercebendo do erro que cometeria ao deixar o extremo de fora das suas contas.

Parece garantido que Quaresma incorreu no chamado ‘pecado da ira’ e por esse motivo terá sido esquecido por Paulo Bento. Por seu turno, Fernando Santos não o esqueceu e em dois jogos disputados recebeu em troca um golo e uma assistência para um golo decisivo. Parece valer a pena não repetir erros passados…

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