domingo, 23 de novembro de 2014




Como é sabido, o futebol vive à custa dos resultados, e o sucesso dos técnicos é inerente a essa máxima mesmo quando nos referimos a um jovem técnico quando nos referimos a uma competição altamente equilibrada e verdadeiramente louca ao nível dos resultados como a Segunda Liga, como Alex Costa acabou por perceber pouco tempo depois de ter colocado ponto final à sua carreira de futebolista cujos pontos altos estiveram na chegada à Selecção Nacional.

O estatuto de internacional AA surgiu como culminar a passagens bem sucedidas por Benfica, Wolfsburg ou Vitória de Guimarães, resultando numa invejável carreira nas quatro linhas. Agora como técnico, o percurso no Académico de Viseu não foi o melhor apesar de ter procurado batalhar para conduzir o seu projecto a bom porto, como de resto é perceptível pela entrevista que concedeu ao NOVA ACADEMIA DE TALENTOS no que seria a sua última deslocação como técnico dos viseenses.

Que análise faz ao encontro com o Oriental?

Foi um jogo de muita luta, penso que o terreno de jogo apresentava condições que dificultava que os jogadores pusessem em prática um futebol mais elaborado e atractivo mas acima de tudo foi um jogo no qual ambas as equipas procuraram os três pontos, lutaram imenso com uma atitude excelente, infelizmente conseguimos fazer o mais difícil, adiantarmo-nos, e depois acabámos por no último minuto pagar uma factura muito cara numa decisão do árbitro auxiliar.

Acabámos por perder dois pontos em Marvila ao repetir algo que tem acontecido neste Campeonato de Segunda Liga que, digo-lhe, merece tanto respeito como a Primeira, onde fui interveniente nos últimos anos no futebol ao mais alto nível em Portugal, sempre fui bem tratado e quando descemos um pouco o nível deparamo-nos com outro tipo de comportamento, de atitudes, os mesmos intervenientes mas com atitudes diferentes.

Deixa-me triste ver o futebol ser assim tratado, não só para o Académico mas para todas as pessoas que vieram a esse estádio tão histórico e tradicional, por isso não tenho mais nada a acrescentar sobre esse jogo, estou triste porque não nos deixaram levar mais três pontos, levámos um, prefiro dar os parabéns à equipa e espero que decisões como aquelas que o árbitro auxiliar teve não se venham a repetir, fomos demasiadamente prejudicados.

A imagem que o Académico acabou por deixar é a de que é uma equipa aguerrida e batalhadora a defender. Também era assim como jogador, na sua carreira. Acha que esse é um dos cunhos que se lhe podem atribuir da sua passada experiência como futebolista, agora como treinador?

Não, acima de tudo temos sempre de procurar ter uma atitude muito positiva no jogo, normalmente o Académico é uma equipa que se se debruçarem sobre ela irão ver que é uma equipa que procura jogar, assim como tenho essa ideia do Oriental, mas aconteceu que o estado do terreno não era o melhor, muito irregular e muito difícil para os intervenientes e quando não podemos ir de uma forma temos de ir de outra.

A acrescentar a isso havia a posição que a equipa ocupa na tabela que não é a melhor, a equipa procura pontos e rendimento e por vezes tem de abdicar um pouco do que é jogar bem no sentido de amealhar pontos, é uma situação difícil mas como disse e bem esta imagem que deixámos agrada-me porque os profissionais condignos têm uma atitude excelente.

Referiu que a situação do Académico na tabela classificativa é complicada. Tendo em conta que esse era o quarto jogo consecutivo, juntando também o resultado da Taça da Liga, sem vencer, considera que isso nesta altura da Segunda Liga é preocupante?

Não me parece que o seja…

Acha que a equipa tem tempo para dar a volta por cima?

Vou responder-lhe com muita sinceridade, preocupante nunca é porque isto é uma maratona, agora o que me deixa revoltado e não preocupado é que a esta equipa lhe foram subtraídos, no mínimo, meia dúzia de pontos. Sei que o Oriental não tem culpa nenhuma disso mas esta é a realidade, o Académico por aquilo que produziu no campo em Marvila estaria sem dúvida um lugar mais acima, agora pergunta-me se estou preocupado? Não estou.

Esse era um jogo decisivo, não há que escondê-lo, e a Comunicação Social deita sempre para fora votos de confiança, se ganhar fica, se perde vai embora, nada tem a ver com isso porque nada disso me foi transmitido, simplesmente foi-me dado um grande apoio por parte da estrutura do Académico por parte do Presidente e do Director Desportivo que esteve sempre ao meu lado e aquilo que me deixa extremamente feliz é ter visto aquela atitude dos jogadores.

Estaria preocupado se chegasse aos jogos e o grupo não fizesse aquilo que tracei e me virasse as costas, mas como disse e bem fomos uma equipa aguerrida, que lutou e acreditou, demonstrando que é forte e que acredita no caminho que tracei juntamente com a minha equipa técnica e por isso só tenho é de ficar tranquilo com tudo o que foi feito porque sei que mais dia, menos dia, o Académico vai subir na tabela classificativa.

Claro que não posso é ficar calado quando tentamos subir e alguém nos empurra para baixo como foi o caso desse jogo, se puxar o filme atrás um bocadinho aconteceu uma situação muito caricata contra o Oriental que foi o árbitro auxiliar, cinco minutos antes de decidir marcar o penalty, querer assinalar outro penalty.

Quis ser ele o interveniente no jogo e o árbitro dizer-lhe claramente ’eh pá, não posso marcar penalty porque já mostrei amarelo ao ponta-de-lança por simulação”, neste caso o Saleiro, querendo prejudicar o Académico, e o árbitro responder-lhe ‘eh pá, não dá porque já mostrei amarelo ao jogador e o que aconteceu foi simulação‘.

No lance seguinte acabamos por ter um penalty que é um lance digno do terceiro Mundo, e respeito muito o futebol em Portugal. Por isso, saí de Marvila não preocupado mas sim revoltado, triste com o que se passa com o nosso futebol.

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