INTER OU O GIGANTE ADORMECIDO

Inter de Milão parece estar condenado a começar uma estrutura ganhadora praticamente do zero

Apesar de a Serie A se encontrar em franca recuperação nos últimos anos, a contrastar com esse crescimento encontra-se o Inter de Milão, que nos últimos anos parece estar a definhar a olhos vistos e na época passada nem sequer logrou o apuramento para as provas europeias.

Situação impensável, adiantará o comum adepto de futebol, habituado a ver os ‘nerazzurri’ no topo, embora qualquer seguidor do futebol compreenda esta ‘fase baixa’ depois de o plantel ter sido explorado ao máximo a nível desportivo, prolongando-se ao máximo a renovação de um grupo de veteranos que conheceu na conquista da Liga dos Campeões o seu expoente máximo.

Contingências actuais fazem apelar à calma para que o clube volte aos tempos de glória

Ter-se-ão esquecido os dirigentes do Inter de Milão que nem todos os seus veteranos respondem pelo nome de Javier Zanetti, e por esse motivo o rendimento desportivo da equipa baixou consideravelmente até ao ponto actualmente conhecido e que levará a que vários sectores da equipa, senão mesmo todos, conheçam novidades, algumas deles provavelmente oriundas de Portugal, onde o gigante italiano já contratou Alvaro Pereira e Fredy Guarin e se parece ter fixado nos nomes dos argentinos Nico Gaitán, do Benfica, e Marcos Rojo, do Sporting.

Com jogadores da craveira de Gaitán e Rojo, assim como outras novidades a conhecer em pouco tempo, o Inter espera encurtar distâncias para o campeão em título e um dos grandes rivais que ao contrário de si se encontra em pleno estado de graça e num impressionante estado de ascensão como a Juventus. Mesmo assim, mesmo com o investimento esperado, é expectável que o equilíbrio demore a ser restabelecido…

Num interessante prisma comparativo, viver-se-á em Itália uma situação quase em tudo semelhante ao que em Portugal se vive com o Sporting, com a particularidade de o clube de Milão não possuir, para já, problemas de índole financeira. De resto, ambos os clubes se tratam de dois clubes de nomeada nos respectivos países, actualmente longe da ribalta e presentemente fora das competições da UEFA.

Recuperação encontra-se em boa parte no desenvolvimento dos jovens que fazem parte da equipa

Tal como os leões, o Inter também terá de jogar com a juventude, apostando em contratações de futuro como a que celebrou em Janeiro com o croata Mateo Kovacic, uma promessa internacional, assim como recrutar os jovens que mais se destaquem nas selecções jovens italianas e mesmo nos clubes de menor gabarito, juntando-lhes a geração que há dois anos se sagrou vencedora da NextGen Series e que inclusivamente já colocou vários jovens na primeira equipa.

Juntando tudo isto, certamente haverá um Inter campeão outra vez. Contudo, tal como em Portugal com o Sporting, não me parece crível que tal venha a suceder pelo menos nos próximos cinco anos. Primeiro está o crescimento sustentado…

Texto: Rafael Batista Reis.
Imagem: D.R. (Notícias do Futebol)
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