sexta-feira, 7 de junho de 2013

 



LEÃO AGARRADO A 93 E 94

Sporting encontra-se demasiadamente dependente da geração de 93 para o futuro

Sem muito dinheiro para investir neste mercado de transferências de forma a reforçar o seu plantel, o Sporting, mais do que nunca, terá de sustentar-se na sua propalada e amplamente conhecida formação, especialmente nos talentos que despontaram no seu plantel de Juniores e no Sporting B.

Porém, mais um problema se abate sobre os leões, consistindo num cada vez mais preocupante distanciamento de Benfica e FC Porto até mesmo nesse aspecto, verificando-se que entre os futebolistas vistos como jovens, ou seja, em idade sub-23, tanto águias como dragões se encontram mais preparadas em termos de quantidade.

Em suma, existe apenas um escalão etário, que no máximo e pontualmente se pode estender para dois, no qual o Sporting possui mais e melhores talentos do que os seus rivais, mais concretamente a sua geração de 93, que na época passada conquistou o título nacional de Juniores e na época que praticamente se finda produziu um Sporting B de bom nível, capaz mesmo de lançar vários talentos para a necessitada primeira equipa.

Encontrar-se-á mesmo nestes jogadores a sobrevivência leonina. Dentro dos nomes nascidos em 1993, a esperança do clube residirá nos ombros de Tiago Ilori, João Mário Eduardo, Ricardo Esgaio, Betinho, Diego Rubio ou Gael Etock, podendo juntar-se jogadores com experiência de primeira equipa como Zakaria Labyad.

Ainda assim, os leões possuem alguns bons valores nacionais

A estas apostas devem juntar-se os talentos naturais de 1994, como Bruma e Eric Dier. Para além destes insubstituíveis, os leões poderão acreditar nas capacidades de Fabrice Fokobo e, quem sabe, Iuri Medeiros pelo talento que possui.

A partir daí, e analisando as restantes gerações etárias, desde 1990 até 1995, intercaladas pelas acima mencionadas gerações de 1993, cuja superioridade verde-e-branca é ainda assim mínima, bastando atentar-se na qualidade dos benfiquistas André Gomes e Ivan Cavaleiro (jogadores que muita falta fariam ao Sporting) e 1994, constatar-se-á que Benfica e FC Porto possuem mais valores nacionais.

Porquê?
Porque, doa a quem doer, a formação do Sporting já não se destaca em relação à dos seus rivais, que se encontram cada vez mais acima. Quanto aos jogadores nascidos em 1989 e 1990, o Benfica parece melhor apetrechado. Sem contar com os reforços, os encarnados possuem valores como Miguel Rosa e Jonathan Urreta, pouco utilizados. Alguém duvida da utilidade destes dois jogadores caso jogassem em Alvalade?

Nas gerações etárias de 91 e 92 existe equilíbrio. Se no que toca a 91 o Sporting possui promessas nacionais como Cédric Soares, o Benfica e o FC Porto respondem com valores internacionais como Ola John e Rodrigo ou Danilo.

Ao contrário do que se apregoa, o Sporting já produz em menor qualidade que Benfica e FC Porto

No que diz respeito à geração de 92 os leões encontram-se representados por Zezinho, ao passo que os dragões possuem Christian Atsu e possivelmente David Bruno, Guilherme Dellatorre e Sebá, dependendo das opções do seu novo treinador. Quanto aos encarnados, ainda aguardam para ver o que poderá vir a sair da sua equipa B, salientando-se Rúben Pinto entre os jogadores dessa geração.

Se no que concerne a 93 o domínio é sportinguista, para 94 as atenções dividem-se entre os leões Bruma e Dier e a geração do Benfica que recentemente se sagrou campeã nacional; por fim, no escalão etário de 95 que na próxima época ainda será júnior, poderá ser atribuída alguma supremacia ao FC Porto, nomeadamente ao meio-campo de futuro que se poderá desenhar com Tomás Podstawski, Francisco Ramos e João Graça, especialmente no caso dos dois primeiros.

Por fim, a necessidade de trazer talento jovem tem vindo a agudizar-se para os leões, que ao constatarem a sua perda de fulgor ao nível da formação, o que a juntar à crise económica e desportiva se torna ainda mais grave, vêm mesmo aceitando a chegada de algum talento internacional, única explicação possível para permitir negócios de intercâmbio como aquele que se perspectiva com Tiago Ilori.

Essa será uma saída que se vai tornando inevitável para que os leões ainda retirem algum rendimento financeiro deste jogador, mas tal não explica tudo. Veremos como os leões aproveitam a sua mais limitada ‘casta’ de talentos…

 
Texto: Rafael Batista Reis.
Imagem: D.R.
Nova Academia de Talentos
rafaelreis.rbr@gmail.com

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