quinta-feira, 29 de agosto de 2013




MLS, UMA LIGA COM FUTURO

Tempo de ser ‘lar de idosos’ já terminou na MLS


Financeiramente reforçada na década anterior com o objectivo de fomentar a prática do futebol, ou melhor, o ‘soccer’, como denominam a modalidade nos EUA, a MLS tornou-se bem mais do que alcançava nessa altura, passando basicamente por um ‘lar’ para futebolistas em fim de carreira, o que sucedeu com os franceses Yoann Djorkaeff e Thierry Henry e mais recentemente, se bem que com os outros resultados, com David Beckham.


Aliás, o ponto de viragem terá mesmo sido dado com Becks. O seu a seu dono, o internacional inglês provou que nem todos os veteranos procuram ‘reformas douradas’ e assim contribuiu dentro e fora de campo para o desenvolvimento de um desporto que em pouco tempo deixou de importar tantos estrangeiros em quantidade para passar a fomentar a exportação, como sucedeu com vários atletas que mostram a sua qualidade na Europa.



Evidentemente que os nomes mais experientes continuam a chegar, e dois deles encontram-se precisamente ao serviço dos LA Galaxy que durante várias épocas contaram com os préstimos de Beckham, sendo agora liderados pela glória norte-americana Landon Donovan e o irascível mas muito talentoso Robbie Keane, que tem representado da melhor forma a Europa no cada vez mais competitivo futebol da MLS.



Prova norte-americana tem lançado valores de qualidade


Longe vão os tempos em que se apostavam em prodígios esporádicos, com Fredy Adu, promessa constantemente adiada que chegou a passar pelo Benfica, à cabeça. Aliás, este mesmo jogador continua a disputar a prova, sem título de destaque, o comprova duas coisas em simultâneo, desde logo à falta de condições do jogador para singrar ao mais alto nível e por outro lado a competitividade da própria prova, que rende partidas muito interessantes de assistir.



É curioso como o futebol dos EUA se tornou uma interessante fonte produtora de bons avançados, podendo encontrar-se facilmente três exemplos que levam a que se deva olhar com mais atenção esta prova, começando-se por Jozy Altidore, que numa primeira fase ameaçou tornar-se um ‘novo Adu’ depois de ter explodido na MLS e ter somado algumas experiências falhadas na Europa até que chegou à Holanda para finalmente impor a sua qualidade.

Mais experiente e agora também de regresso à MLS encontra-se outro goleador de créditos firmados na Europa, Clint Dempsey, que à imagem de Donovan conseguiu ganhar o seu espaço em Inglaterra e conseguir muitos e bons golos na elitista Premier League, prova na qual brilhou ao serviço de Fulham e Tottenham, merecendo por completo o retorno a casa para muito provavelmente se tornar uma das referências da Liga.


Outro exemplo de goleador ‘made in MLS’ encontra-se mesmo em Portugal, sendo esse o caso de Fredy Montero, que antes de regressar à sua Colômbia natal para representar o Millionarios e assim chamar a atenção do Sporting teve o espaço necessário para evoluir num clube que apostou na sua capacidade como líder da sua equipa, o Seattle Sounders, que ficará intimamente ligado ao seu crescimento como jogador e avançado de qualidade.



Existem vários talentos a despontar na MLS, devendo seguir para a Europa

Existem ainda os jovens que aguardam a hora certa para abandonar a MLS e uma vez mais valorizarem esta prova na sua vertente formadora. Poderiam destacar-se vários casos, mas entre vários atletas capazes de se imporem no futebol europeu prefiro sublinhar quatro exemplos, o primeiro de Juan Agudelo, que tem representado vários clubes da Liga, encontra-se ao serviço dos New England Revolution e aguarda a proposta certa para partir.



Para além de Agudelo a MLS poderá em pouco tempo lançar José Villarreal, extremo dos LA Galaxy que ainda necessita pelo menos de mais uma época no seu país para ganhar experiência, e ainda uma dupla ligada a um dos favoritos para conquistar a edição deste ano da prova, o Real Salt Lake.


Nos seus quadros o Real revela Luis Gil, um criativo que já cumpriu testes em Inglaterra, e Joao Plata, promessa do Equador que em pouco tempo estará numa nação latina a espalhar a sua irreverência. Contas feitas, muito talento para ainda explorar…




Texto: Rafael Batista Reis.

Imagem: D.R.

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