quinta-feira, 2 de maio de 2013




INDISFARÇÁVEIS LIMITAÇÕES DE PEREIRA

Vítor Pereira procura disfarçar limitações demasiadamente evidentes no seu trabalho


Desde sempre mostrei preferência por um costume que evita que em futebol se seja demasiadamente acusatório crítico em excesso sobre qualquer agente desportivo, o que neste caso não parece impeditivo a uma análise pouco positiva sobre um dos nomes mais em voga no futebol nacional na actualidade, cujo sucesso actual torne inclusivamente digno de lamento o facto de o panorama português ser excessivamente marcado por Vítor Pereira.

Será no mínimo invulgar a atenção depositada sobre um técnico que parece procurar disfarçar na sala de imprensa as suas evidentes limitações como decisor de futebol, o que se verifica pela estrutura de jogo do FC Porto, que apenas utiliza, para o bem e para o mal, uma táctica, o 4x3x3, e apenas neste registo o dragão joga, o que parece manifestamente pouco para um clube de tão elevadas ambições, podendo juntar-se outros defeitos/limitações no desempenho das suas funções.

No que diz respeito à observação, prospecção e recomendação das contratações do FC Porto, embora não seja este o foco do seu trabalho uma vez mais parece evidente a falta de tacto do treinador, podendo descobrir-se como exemplos claros os avais dados às contratações de Liedson e Marat Izmaylov quando a sua equipa necessitava de um reforço premente e imediato.

Mesmo perante o nome e qualidade reconhecidos a Liedson e Izmaylov, constata-se claramente que não correspondem à solução pretendida pelo FC Porto, no caso do primeiro um jogador que funcionasse como complemento ou alternativa a Jackson Martinez, o que acabou por não suceder com resultados negativos para a equipa, sendo que no segundo exemplo ao invés de se conseguir uma alternativa imediata a João Moutinho e Lucho Gonzalez, a equipa ganhou mais um extremo pouco mais que mediano.

Várias são as insuficiências que comprovam que o FC Porto não terá o técnico ideal

Também ao nível das substituições Vítor Pereira não tem mostrado a criatividade necessária para ser o orientador que os azuis-e-brancos terão de ter no banco para assegurar a conquista de títulos uma vez que as suas mexidas, salvo raras excepções como a sortuda aposta em Kelvin na recepção ao Sporting de Braga, muito raramente resultam em melhoras para a equipa e inclusivamente provocam o decréscimo qualitativo da mesma.

Em suma, Vítor Pereira trata-se de um treinador inconsistente nas suas ideias e mesmo deficitário em termos valorativos para este tipo de ‘andanças’, como explica o facto de ter tornado banal um plantel de excelente qualidade deixado por André Villas-Boas e que até ao momento apenas perdeu Radamel Falcao e posteriormente Hulk no que diz respeito a peças influentes na estrutura mas que se manteve amplamente consistente.

Para cúmulo, o técnico do FC Porto ainda gerou uma confusão que ainda permanece no futebol português ao pretender classificar como obra de arbitragens negativas um percurso que o seu adversário directo, o Benfica, construiu por acima de tudo praticar mais e melhor futebol que o conjunto por si orientado, surgindo como possibilidade forte um cenário de insucesso e um mau exemplo para a imagem de Portugal caso se confirme a mudança para o Everton no final da época.

Provável insucesso esta época poderá trazer várias equações ao Estádio do Dragão

Curiosamente, e em oposição, Vítor Pereira e o FC Porto não foram ainda derrotados na corrente edição da Liga Zon Sagres, o que torna digna de reflexão a competitividade, ou falta dela, no futebol nacional, que parece estar dependente de uma análise profunda face ao fosso que se verifica entre os clubes que disputam o primeiro escalão do futebol luso que ainda assim não torna menos plausível a critica ao trabalho de Vítor Pereira de forma veemente.

A ausência de dificuldades acaba por ser mais um ponto negativo para Pereira pelo fácil raciocínio que aponta para a obrigação de conseguir ainda melhores resultados, ou seja, mesmo com uma contagem elevada de defeitos e insuficiências descortinadas no seu trabalho, ainda assim estava claramente ao seu alcance um rácio de sucesso maior tendo em conta o grupo de trabalho e as condições de trabalho que tem ao seu dispor no Dragão.

Não tendo ainda perdido a possibilidade de revalidar o título, o FC Porto não parece disfarçar uma realidade indesmentível, a de não possuir um treinador à sua altura, incapaz de aproveitar os recursos existentes e até suscitador de uma comparação virtual na qual parece improvável que conseguisse ter resultados em outros clubes como o Sporting, onde talvez não tivesse a capacidade de segurar a equipa e assumir o comando numa fase intermédia e conseguir resultados.

Resumindo, Vítor Pereira encontra-se claramente um patamar abaixo de Jorge Jesus e Jesualdo Ferreira, que ainda esta época provou ser capaz de um tipo de trabalho que dificilmente poderia pedir-se ao técnico do FC Porto, podendo prever-se que com o estilo adoptado por Pereira provavelmente o Sporting estaria nesta altura ainda a lutar pela manutenção. Exagero? Talvez não.

 

 
 
Texto: Rafael Batista Reis
Imagem: D.R. (Carlos Alberto Costa)
Nova Academia de Talentos

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